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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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Quando estamos em estágio ficamos com pouca coisa para fazer. Somos sempre as mesmas caras e sempre a mesma rotina.

 

Jogamos às cartas, invadimos os quartos umas das outras, inventamos as coisas mais parvas.. Mas creio que esta foi a mais parva de todas!

 

Estávamos no autocarro, todas na parte de trás, a voltar ou a ir para o treino, e cada uma dava guincho. Tão alto que perfurava os ouvidos! Primeiro uma, depois outra.. Até dar a volta até à primeira e por aí ia... Já não me lembro se dizíamos alguma coisa juntamente com o guincho, mas era irritante.. É só o que precisam de saber.

 

O Ricardo chegou-se um dia ao pé de mim e disse calmamente: "Estão proibidas de fazer esse jogo." A minha alma gelava quando ele falava naquele tom...

 

Viagem seguinte eu avisei-lhes, mas elas continuaram com a guincharia... Eu sentei-me mais à frente, para ficar claro que não estava a cooperar com aquilo, e fiquei calada e quieta.

 

Não queria ser desmancha prazeres e dizer outra vez que não podiam fazer aquilo, mas também não ia desobedecer ao treinador.

 

Acho que não passou nem 1 minuto, o Ricardo levanta-se e vem na nossa direcção a voar.. Não espera.. Na MINHA direcção! Apontou o dedo à minha cara e gritou: "Eu já não disse para pararem com essa porcaria?" E eu: "Mas eu não estou a fazer nada!" E ele: "Mas elas estão!!"

 

Não foi preciso mais nada, elas pararam.. E eu fiquei amuada.. Fogo, a culpa não era minha. Fui a única que obedeci, e fui eu a única também a levar na cabeça! Porquê? Que injustiça! Alguém me explica isto? Ricardo, explica-me!

 

Simples.. Eu era a capitã!

 

Se não era capaz de fazer com que parassem com algo tão simples, como é que dentro de campo, num momento decisivo, elas iam ouvir-me?

 

Que tipo de líder era eu? Que cuidava de mim, e deixava todos afogarem-se nos seus erros.

 

Depois desta cena que contei, secalhar não entendem o porquê da foto que está lá em cima...

 

Perdi a conta de quantas vezes, num treino, o Ricardo pegava na minha camisola para me arrastar para fora de campo, por causa de um erro, e menos de dois minutos depois estava a perguntar-me: "Estás pronta para entrar? Então bora!" (Calduço)

 

Para quem tem o trabalho de ensinar (pais, professores, treinadores, coaches...) Nunca deixem que uma correcção seja tão severa ao ponto da pessoa não acreditar mais nela. Mas também não ensinem de forma tão branda que a pessoa não se veja forçada a testar os seus limites.

 

Porque parte de liderar é gerir o equilíbrio perfeito entre corrigir e empatizar.

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