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A DreamAchieve teve a oportunidade de poder "conversar" com a atleta internacional Ana Ramos, que com 18 anos já foi considerada MVP europeia, e de momento joga nos Estados Unidos.
DA: Ana, conta-nos como foi o teu percurso como atleta.
AR: Sendo atleta não começou no basket. Primeiro comecei com o karaté, depois fiz hip-hop, depois decidi ir para a natação, a seguir fiz polo-aquático, e finalmente entrei no mundo do basket.
Comecei com 9 anos, e naquela altura jogava por mini12. Na época a seguir continuava a ser mini, mas jogava por iniciadas. Desde aí joguei sempre pelo escalão acima. SEMPRE joguei no Clube Desportivo da Póvoa, e afirmo, sem dúvida que é um dos melhores clubes de formação do país! Ganhei o meu primeiro prémio individual na fase final distrital sub-14, onde recebi 5 ideal e MVP. Depois disso quase todas as fases finais que presenciei recebi prémios individuais.
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A minha maior conquista como atleta foi representar as cores do meu país, acho que é o sonho de qualquer atleta! Para mim foi ainda melhor quando, para além de estar a representar o meu país, apuramo-nos para o Campeonato do Mundo. Sagramo-nos vice-campeãs da Europa e ainda fui MVP. Tudo pela primeira vez na historia do basquetebol português. Sem dúvida o melhor momento da minha vida!
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DA: Quando se ouve falar na Ana Ramos, sempre nos vem à memória uma jogadora por quem ninguém dava nada por ela, e que um dia aparece como MVP de um Campeonato Europeu. Antes de haver reconhecimento, como era a tua mentalidade de treino?
AR: Para quem não sabe, no Verão anterior ao Campeonato da Europa, eu tinha sido chamada para o primeiro estágio da seleção nacional, na Páscoa. A seguir a este estagio eu nem para as sub-15 fiquei selecionada. Claro que foi um momento complicado para mim, eu queria mesmo poder vestir a camisola vermelha e verde! Mas sendo eu de primeiro ano, meti na cabeça que no próximo ano eu ia conseguir entrar no grupo. E foi assim que aconteceu!
Quem me conhece sabe que trabalho para conseguir as coisas, seja no basket ou mesmo na vida… Portanto só tinha que trabalhar todos os dias para ser melhor, porque existe uma grande diferença entre ir ao treino e treinar. Se tenho aquele tempo dedicado ao basket , só tenho que dar o meu máximo para evoluir.Não foi fácil deixar a minha casa com 15 anos e ir para Lisboa jogar no CAR Jamor, mas era realmente aquilo que eu queria.
No Verão seguinte tive o privilegio de representar Portugal em 2 campeonatos da europa, sub-18 e sub-16.
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DA: O que representou para ti competir num Campeonato Mundial?
AR: Podemos falar de sentimentos , mas eu não consigo realmente descrever aquilo que representou para mim o Campeonato DO MUNDO!
ORGULHO talvez seja a melhor palavra, porque sendo Portugal um país “tão pequeno” estivemos lá! E apesar da qualificação não ser a esperada, quem viu os jogos viu que não fomos coitadinhas nenhumas! Demos luta em todos os jogos, e se a Beatriz Jordão estivesse a 100%, quem sabe o que poderíamos ter feito, mas adiante…
Sendo a primeira Seleção feminina a atingir aquele patamar é muito, mas muito gratificante! Simplesmente fantástico poder jogar com grandes Seleções como República Checa, Japão, Espanha, Brasil, entre outras..
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DA: Que aprendizagens estás a ter, ao ter a oportunidade de treinar e competir numa Universidade nos Estados Unidos?
AR: Aprendizagens são muitas, a começar na língua, seguindo a cultura… Simplesmente outro mundo! O facto de ter vindo para a universidade tem me trazido a oportunidade de jogar contra atletas 4 anos ou mais velhas do que eu, o que eu considero muito bom para a minha evolução desportiva.
É também uma grande evolução pessoal quando falamos de sair de casa para o outro lado do mundo com apenas 17 anos. Não considero um facto normal, nem fácil… mas eu não gosto de coisas fáceis, senão a vida não tinha piada! (Risos)
O facto de ser eu a ter que cuidar de mim, saber o que devo ou não fazer e quando fazer, é uma das coisas que só nos apercebemos quando realmente estamos por nós próprios, e que sem dúvida faz-nos crescer como pessoa
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DA: A DreamAchieve promove a importância de temas de Coaching e Psicologia no Desporto. São abordados temas relacionados ao comportamento, motivação, mentalidade, superação, espírito de equipa, comunicação, e muitos mais… Na tua opinião, qual a importância destes temas na tua prática desportiva?
AR: Todos os termos acima referidos são muito importantes na prática desportiva e ainda para mais sendo o basquetebol um desporto coletivo!
- Motivação é algo que não pode faltar. Se eu algum dia acordar e não pensar em basket, algo de errado se passa comigo!
- Mentalidade define aquilo que és e naquilo que te queres tornar. Tive alguns amigos com muita potencialidade e talento que hoje se deixaram ir por aí, porque não foram fortes mentalmente. E a mentalidade não é só dentro de campo. Se me perguntarem quantas vezes eu fumei, nenhuma. Quantas vezes saí à noite, contas pelos dedos de uma mão. E são estas “pequenas grandes coisas” que fazem a diferença! Dizer NÃO num grupo que está tudo a fazer o mesmo, não é fácil, precisas de ser MUITO FORTE mentalmente.
- Superação, algo bastante importante no processo de evolução. Tentar coisas novas, treinar com fadiga, são coisas que te vão tornar melhor jogador. Costumo dizer o que distingue um bom atleta de um bom jogador, é que um bom jogador toma as melhores decisões mesmo com fadiga!
- Espírito de equipa, como disse acima, basquetebol é um desporto coletivo, por isso só temos que comunicar com os nossos colegas de equipa. E às vezes vão ser os nossos melhores amigos a jogar na mesma equipa, outras vezes nem por isso, mas dentro do campo todos têm que trabalhar para um bem comum!
Outra palavra que não foi referida mas eu considero muito importante é a Humildade. Não importa aquilo que atingimos no passado, existe sempre algo melhor para atingir no futuro, portanto temos que trabalhar e ser humildes para o atingir!
DA: Se pudesses dar um conselho a todos os atletas que te admiram, o que seria?
AR: Nunca desistam daquilo que sonham. Mesmo quando tudo parece estar contra ti, trabalha para o atingir!
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Em apenas uma frase diz-nos:
Momento mais alto da tua carreira: MVP no Campeonato da Europa.
Pessoas mais importantes no teu percurso: Treinador Hugo Ferreira, e os meus pais.
Lugar preferido no mundo: Não importa o lugar, se estiver com quem gosto.
O que queres fazer depois de terminares a tua carreira desportiva: Gostava de ficar relacionada com o desporto… Como? Ainda por descobrir.
Frase que te caracterize: O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.
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