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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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A DreamAchieve teve o grande previlégio de poder entrevistar Mery Andrade. Além de atleta internacional, até aos dias de hoje apenas duas jogadores de basquetebol portuguesas conseguiram entrar na WNBA, e a Mery foi uma delas. 

 

DA: Mery, conta-nos como foi o teu percurso como atleta, e agora como treinadora?

MA: Comecei a jogar basquetebol na Escola Secundaria de Massamá, numa atividade que havia às quartas-feiras, que se chamava o dia do desporto. Durante o dia, em vez de haver aulas normais, havia várias atividades, e eu destacava-me mais no basquete, apesar de jogar todos os desportos. Nessas atividades, a Sandra Lucas convidou-me para jogar na ESA (Escola Secundária da Amadora). Paralelamente a isso, o meu professor também insistia para escolher um desporto, e apesar de estar na dúvida entre basquetebol e atletismo, acabei por escolher.

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Eu era das que menos tocava na bola, e das que tinha menos tempo de basquete na minha equipa, mas as coisas começaram a correr bem, então depois de três meses de treinos apresentaram-me ao Zé Leite, na altura selecionador, que me convidou para um estágio da Seleção Nacional. As coisas continuavam a correr bem, então nesse ano o Zé Leite ajudou-me a tratar da minha nacionalidade, e no ano seguinte integrei o grupo do Centro de Alto Rendimento de Rio Maior, o primeiro que existiu. Ficámos em oitavo lugar na competição em que participámos, mesmo sendo muito novas.

Depois desse ano no CAR, voltei para a ESA, e fiquei lá durante 4 anos. Foi quando uma das minhas colegas estrangeiras da minha equipa voltou para os Estados Unidos. Ela ao chegar lá integrou uma equipa como treinadora, e em questões de recrutamento de estrangeiras para jogar na Universidade de lá, falou sobre a Ticha Penicheiro e a Clarisse, que tinham estado comigo no CAR, e elas, por sua vez, quando estavam a jogar lá, falaram de mim. Apesar disso as coisas não aconteceram logo, havia interesse do Old Dominion, mas parecia haver indecisão.

Entretanto, num torneio 3x3 que o Carlos Barroca na altura costumava organizar, veio como convidado um dirigente dos Boston Celtics, chamado Rick Fox. O torneio era só para rapazes, mas o Carlos insistiu que eu jogasse. A minha equipa, mesmo tendo-me a mim como rapariga, ganhou o torneio. Isso chamou à atenção o Rick Fox, que me perguntou se eu alguma vez tinha considerado ir para os Estados Unidos jogar. Eu expliquei a situação, que tinha uma resposta pendente, e que estava a aguardar a universidade confirmar o seu interesse. Ele apenas disse: “Dá-me dois dias, que arranjo-te uma universidade.” Assim foi, dois dias depois, ali estava a oportunidade que tanto queria. O engraçado foi que, quando contei à Ticha Penicheiro as notícias, e a primeira universidade soube do interesse da segunda, no mesmo dia tinha as duas universidades a manifestar interesse por mim. Acabei por ir para Old Dominion, que era onde estava a Ticha. Fiquei lá 4 anos, de 1995 a 1999.

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Em 1997 chegámos às finais da NCAA pela primeira vez. Estavam 5000 pessoas a ver, um ambiente incrível, e um momento que ficou gravado para sempre.

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Quando terminei a minha jornada em Old Dominion em 1999 tinha planos de voltar a Portugal, de ser médica pediatra, mas outra coisa surgiu. Formaram a Liga Profissional nos Estados Unidos, a WNBA, e eu decidi experimentar entrar. Havia muita concorrência, porque tinham acabado a Liga Profissional de Inverno nesse ano, então as jogadoras dessa Liga também se estavam a candidatar. Nesses casos sempre ouvimos as mesmas frases… Diziam que era preciso muito trabalho, que não era tão fácil assim, chegar lá e entrar. Na verdade nunca pensei entrar, mas experimentei na mesma.

Tinha 23 anos na altura, jogava com o número 23, e fui a escolha número 23 no Draft no primeiro ano da WNBA. 

 

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Comecei nas Cleveland Rocket, onde fiquei 4 anos, e depois nas Charlotte Sting mais um ano. 

Paralelamente comecei a jogar em Itália na Liga Profissional. Joguei na La Spezia (Liburia) por 2 anos; Pool Colmo, perto de Milão outros 2 anos, onde no primeiro ano ganhámos o Campeonato Nacional.

Depois fui para o Pharb Napoles, e fiquei lá mais 3 anos. No segundo ano ganhámos a FIBA Cup, no mesmo dia que o Papa morreu. Nesse dia não sabíamos ainda se íamos jogar, devido ao sucedido… O ambiente foi muito peculiar, e o dia foi inesquecível.  

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Depois joguei em Veneza, em Umana Reyer por mais 4 anos. No terceiro ano ganhámos a Taça de Itália, e chegámos aos oitavos de final da Euro Liga.

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Depois de recuperar de uma lesão grave no joelho, fui jogar para Lucca perto de Pisa, durante 3 anos. No segundo ano fui jogadora-treinadora, depois do adjunto ter saído do clube. O treinador queria que fosse eu, e assim começou a minha experiência como treinadora, atividade que exerço hoje. Também comecei a ajudar as sub-17 uma vez por semana.

 

Depois retornei a Portugal, e joguei uma época na  Quinta dos Lombos, em Carcavelos, onde ganhámos Supertaça, Taça de Portugal e Campeonato Nacional.

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Voltei ainda para Itália, a Dike Nápoles onde fiz o último ano da minha carreira. Conseguimos chegar às semifinais, apesar de termos começado um pouco mal.

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Além de todas este percurso ainda integrei várias vezes na Seleção Nacional, e somo 133 internacionalizações.

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Quando me retirei do basquetebol começaram as oportunidades para ser treinadora. Tive uma proposta de uma ex-treinadora minha, para vir para San Diego, onde estou agora, para trabalhar como adjunta. O ano passado era a terceira assistente, responsável pelo treino das jogadoras externas, e este ano fui promovida a segunda assistente, e estou responsável pela defesa, pelas jogadoras interiores (postes) e pelo recrutamento internacional.

 

DA: Quem te conhece sempre te descreve como uma pessoa que tem uma energia contagiante dentro e fora de campo, estivesses a passar por bons ou maus momentos. Que tipo de mentalidade te leva a agir dessa forma?

MA: O basquetebol para mim sempre foi um escape para tudo o contrário do que poderia estar a viver fora de campo. Se fora havia stress, problemas ou o que fosse, dentro eu faria tudo para sentir o contrário. Quando treinava ou jogava era só as 4 linhas que importavam. Detesto perder, sou muito competitiva, e quando estou em campo só vejo basquete. Não importa quem esteja a ver, entro em transe, é só aquilo que importa. Fora de campo, é a forma como falo de basquete que determina a minha energia, é como o meu primeiro amor, a minha paixão.

Nos momentos difíceis foi importantíssimo para mim aprender a perder. Quando ganho celebro muito, mas antes quando perdia ficava muito em baixo. Ultrapassar a derrota passou por aprender a analisar o que podia ter feito melhor.

 

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À parte disso, mesmo quando ganho sou bastante crítica de mim mesma. Se sei que não dei o meu melhor é difícil não repetir o jogo na minha cabeça várias vezes. Por vezes até tinha dificuldades em dormir. Estava constantemente a preparar-me mentalmente para melhorar nas várias situações.

 

A única forma que tinha de ficar em paz, era dando o meu melhor. Acho que isso é que me dava aquela energia toda.

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DA: Antes de entrar em campo, fosse para treinar ou jogar, que táticas de concentração usavas, para ter o melhor rendimento possível?

MA: Eu uso muito a visualização. Na escola como aluna, como jogadora e agora como treinadora, uso esquemas e bonecos para ter uma perceção melhor do que quero que aconteça.

Para o basquete também usava e uso objetivos individuais e coletivos. Relembrávamos em conjunto esses objetivos quando as coisas começavam a sair de mão. Tínhamos sempre algum assistente, ou mesmo entre as jogadoras, para nos relembrar dos objetivos. Além de nos manter concentradas, isso também nos faz festejar as pequenas coisas.

Como treinadora gosto de traçar objetivos por período, para que haja mais foco em cada momento, mais do que apenas no resultado final. Digo às minhas atletas que, desde que a regra da divisão das partes do jogo mudou (de duas partes de 20 minutos, para 4 partes de 10 minutos), as coisas até ficam mais fáceis, porque podemos ir medindo esses objetivos num prazo mais curto, e ajustar o que for preciso.

 

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DA: És uma das duas únicas jogadoras portuguesas que jogaram na WNBA. Conciliavas a época nos Estados Unidos com a Seleção Nacional e a Liga Italiana, uma das melhores da Europa, estando constantemente a jogar a um alto nível. Que aprendizagens consideras mais importantes de tantas experiências desafiantes?

MA: A mais importante que tive a jogar como profissional por 17 anos, foi aprender a importância de cuidar do nosso templo, que é o nosso corpo. Não posso pedir ao meu corpo para dar, dar e dar, quando não dou nada em retorno.

Falo muitas vezes com as minhas jogadoras que, depois da universidade, onde as regras são muito exigentes, começas a viver uma vida de “liberdade” que nunca experienciaste antes, então existe uma tendência de fazer o que queremos, mas há que ter cuidado. Gosto muito de todos os assuntos que englobam Nutrição e cuidados físicos, porque aprendi que se queres durar como atleta, tens que te cuidar. Se vires qualquer atleta que tenha tido uma carreira de sucesso e longa, o segredo foi que soube cuidar do seu corpo. Isso implica muita disciplina para o conseguires.

 

Pode nem sempre ser a escolha mais divertida, mas se é o que queres, vale a pena o sacrifício.   

 

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DA: Foste uma atleta que, pode-se dizer, praticou desporto ao seu máximo potencial, ultrapassando dificuldades, lesões, distância da família e outros sacrifícios que atletas de topo normalmente fazem. Infelizmente, muitos atletas, hoje em dia, desistem facilmente. Na tua opinião, quais as razões que levam os desportistas a desistir antes de chegarem a atingir o seu real potencial?

MA: Acho que a motivação tem muito a ver com isso, não só dos atletas, mas também da parte dos treinadores, de saberem lidar com jogadores e personalidades diferentes. É preciso paciência para motivar, os resultados não são imediatos. Em todos os desportos procuram-se muito resultados imediatos, e quando não há, há atletas que são metidos para um canto, e desistem.

Por outro lado, há uma outra questão, quando uma atleta vive para o desporto que faz, é normalmente tem um certo perfil. É alguém que teve que aprender a lutar pelo que queria, ou um atleta que veio de poucas condições e sabia que nada lhe seria dado, ou também uma pessoa com valores familiares altos. Nestes casos têm mais possibilidades de ter a mentalidade para continuar a lutar. Há vários exemplos, Cristiano Ronaldo, o Ronaldinho, e outros.

 

Porque existe mentalidade de sobrevivência.

 

Hoje por vezes, os jovens estão habituados a ter tudo, e quando isso não acontece, desistem, porque não têm paciência para os resultados não imediatos.

Eu acredito que se tens uma habilidade que Deus te deu, tens que a usar, senão acabas por fazer algo mediano, como um trabalho das 9 às 5, que hoje em dia nem sequer te garante assim tanta segurança. Quando tens um objetivo, um talento, deves lutar, é isso que te traz uma vida independente e melhor.

 

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DA: A DreamAchieve promove a importância do Coaching e Psicologia no Desporto. São abordados temas relacionados ao comportamento, motivação, mentalidade, superação, espírito de equipa, comunicação, e muitos mais… Na tua opinião, qual foi a importância destes temas na tua prática desportiva, e hoje na tua vida?

 

Ajudaram-me muito na concentração, quando as coisas ficavam difíceis. Há uma frase em inglês que diz:

 

“When the going gets tough, the tough gets going.”

 

Ou seja “Quando continuar fica duro, os duros continuam.”Tínhamos momentos muito duros, de grande esforço, de simularmos situações extremas para vermos como reagíamos. Momentos determinados dos treinos, de preparação para os finais dos jogo, em que não podíamos falhar lançamentos, senão enchíamos.

E lembro-me da minha treinadora dizer frases que nos faziam pensar muito nesses momentos, como “Temos que continuar fortes, mesmo quando não nos sentimos fortes”, ou “Não importa como começa, importa como termina”… Depois em situações de jogo, ela dizia essas mesmas frases, e eu lembrava-me do que tinha passado nos treinos. Quando isso vinha à minha mente, recordava que já tinha passado por pior, e isso ajudava-me a superar certas situações em competição.

Uma vez li um livro chamado “Think like a Champion”, um livro escrito por um treinador com um apanhado de historias dos seus atletas. Numa das histórias ele contava como depois de um jogo, os atletas queixavam-se que tinham perdido porque o pavilhão era escorregadio, e as bolas eram tão más que quase não saltavam. Ele contou que nesse momento pediu desculpas aos seus jogadores, porque a culpa era dele, de não lhes ter preparado para o pior. Depois disso meteu-lhes a treinar com o piso escorregadio, e com bolas de má qualidade. Eles aprenderam a superar o pior, e agora não havia desculpas para não darem o seu melhor.

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A parte psicológica resolve o jogo quando as coisas estão a chegar ao momento de decisão.

 

A parte tática pode estar treinada, mas se não tiveres mentalmente preparada para meter a bola no cesto, não serve de nada.

Sempre adorei aprender, e lembro-me perfeitamente de ter tido oportunidade de aprender com um Psicólogo do Desporto, quando estava na WNBA em Cleveland, vários exercícios de treino de espírito de equipa, por exemplo.

Atualmente também se fazem vários Clinics (temos um agora brevemente, nas finais) onde esses temas são sempre abordados. Não são só as aprendizagens táticas que são importantes, mas também as mentais e psicológicos. Para mim é espetacular. Fala-se muito sobre como motivar, importante para o que falava acima, das questões da nova geração.

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DA: Se pudesses dar um conselho a todos os atletas que te admiram, o que seria?

Aproveitar enquanto dura. O que fazemos no desporto tem uma data de inicio, e uma data de fim. Algumas pessoas inconscientes, como eu, podem fazer durar mais (risos), mas devemos sempre pensar que cada dia que passa está também mais perto do fim. Devemos sempre celebrar cada momento, viver cada momento, como se estivesse a acabar. Só assim podemos valorizar cada experiência.

 

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Completa as frases:

7- O momento mais alto da minha carreira foi: Cada momento é o mais alto nesse momento. Final da NCAA foi o mais alto, WNBA foi o mais alto, Euro Cup foi o mais alto! Cada momento teve o seu alto.

 

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8- As pessoas mais importantes no meu percurso foram: A minha família: A minha mãe, que teve a coragem de lutar por uma vida melhor para nós; a minha avó que ajudou a criar-me, o meu irmão Carlos Andrade, com quem tenho uma ligação enorme e estamos sempre em sintonia.

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Depois o Zé Leite, que é o meu pai do basquete, o Vasco (ESA), Álvaro Saraiva , Isabel Ribeiro dos Santos, Coach Larry, Dan Hughes, Mirco Diamante e Stefano Michelini.

 

9- O meu lugar preferido no mundo é: Campo de basquetebol.

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10- Na minha vida não pode faltar: Amor.

 

11- A frase que melhor me caracteriza é: Mandei fazer uma t-shirt com a frase:“Jesus, Just Praise Him”

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Porque quando andamos nestas andanças por tanto tempo como eu tenho andado, ao ponto de estarmos tanto tempo sozinhas e às vezes duvidarmos se devemos continuar ou não, acho que chego ao ponto de dizer a mim mesma “Just Pray about it”, ou seja, apenas orar sobre o assunto. Até agora não tenho razão de queixa.

 

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Não me lembro contra quem estávamos a jogar, só me lembro que faltavam cerca de 10 segundos para acabar o jogo e estávamos a perder por 1 ponto. No desconto de tempo o Ricardo desenhou uma jogada para eu fazer o lançamento final, do lado direito, a 45 graus, à tabela, perto do cesto.

 

Assim fizemos, lancei... Falhei. Perdemos.

 

Era só um jogo treino da seleção distrital, mas ainda assim, entre o fim do jogo, até ir-me sentar na bancada a ver os restantes jogos do torneio, tive tempo suficiente de pensar que jogava mal, que não devia ter sido eu a lançar, que contaram comigo e que desiludi.. Um monte de pensamentos negativo.

 

Finalmente na bancada, visivelmente afetada, o meu treinador, Ricardo, aproxima-se para conversar. Não falei muito sobre o que estava a sentir, mas lembro-me do que ele me disse: "Não importa se a bola entrou, importa que da próxima vez, quando for preciso, sei que posso contar contigo, porque fizeste tudo como te disse para fazer. É isso que o treinador procura. A bola podia ter entrado... Fizeste tudo o que podias, e é só isso que se pode pedir. Da próxima vai entrar."

 

Temos tendência a saltar um monte de passos até chegar aos nossos objetivos. Começa desde crianças, quando nos pedem para fazer os trabalhos de casa, mas olhamos para as soluções no final do manual. Quando mais tarde nos pedem para ler um livro para apresentar um trabalho, mas procuramos o resumo ou o filme, para não termos que ler tudo. Quando é dia de teste e não vamos preparados, vamos com cábulas. São atalhos que nos prejudicam para a vida. 

 

Se eu perguntar a um grupo de estudantes se eles preferem estudar durante 5 dias para um teste e ter um 14 por mérito próprio, ou estudar 2 dias e ter 17 por ajuda de cábulas ou copiando, não tenho dúvida que a maioria escolhe a segunda opção.

 

Tal como se eu preguntar a um grupo de atletas (como recentemente tive a oportunidade de perguntar), se na mesma situação que eu estava, preferia ter marcado, fazendo uma coisa diferente do que o treinador pediu, ou falhar fazendo tudo como pedido, a maioria escolhe marcar. 

 

Estou a colocar de parte a situação ideal, que é fazer tudo como é suposto, e conseguir ter o dito resultado positivo. O que hoje tem sido difícil entender é que esse resultado não vem à primeira, vem depois das coisas não terem acontecido exatamente como eu queria. 

 

Porque que é difícil de entender isso? Porque é que todos preferem apanhar atalhos, prejudicando as aprendizagens e o crescimento pessoal, só para terem um resultado visivelmente mais gordo? Porque é que as pessoas de hoje em dia só pensam em conquistar, alcançar, ganhar, e o aprender, crescer e respeitar fica de lado?

 

Muito, muito simples. As pessoas tornam-se aquilo pelo que são recompensadas, e o que as figuras de autoridade hoje recompensam é o resultado, não o esforço. 

 

Acreditem ou não, na escola, muitos 14's valem mais que 18's. No desporto muitas derrotas valem mais que vitórias. Em empresas, muitos despedimentos valem mais que ficar efetivo num local de trabalho. 

 

A prova disso são as inúmeras histórias de pessoas que era alunos médios, e hoje têm mais sucesso que alunos de quadro de honra, ou pessoas que aprenderam tanto com as derrotas que a longo prazo avançaram mais que os que ganhavam sempre, e pessoas que ao serem despedidas tiverem finalmente a coragem de começar a trabalhar na área que gostam, e até por conta própria. 

 

A recompensa pelo visível e imediato, acabou por fazer com que aquilo que é invisivel e mais demorado, fosse descartado. Mas se o descartares, até podes chegar lá mais rápido, mas não vais chegar muito longe. Se as coisas acontecessem da noite para o dia, não seria necessária a persistência, a resiliência nem a paciência. 

 

Não te importes de demorar mais um pouco, importa-te em fazer as coisas bem feitas, e em construir raízes fortes para suportar tudo o que queres fazer no teu futuro. Não há atalhos para o sucesso. Se alguém te mostrar um, não vás por aí. Não acredites nas facilidades, não acredites na desonestidade em prol de um resultado. No fim quem ganha, são os valores. 

 

Se decides suportar o que tu és, naquilo que fazes, qualquer coisa te derruba. A raíz que suporta tudo o que tu fazes, é a pessoa de valor que tu és. 

 

 

 

 

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Todos os sábados será publicado um artigo de Desenvolvimento Pessoal na Página Vivências Press News         

 

Sabes aquele ditado que diz que, quando contamos uma mentira muitas vezes começamos a acreditar que ela é verdade? Pois esse ditado é correto, e tem um fundamento científico. A Programação Neurolinguística prova que nós tornamo-nos aquilo que constantemente dizemos, ainda que aquilo que dizemos não seja a realidade.

Na verdade é cada pessoa que faz a sua própria realidade. Duas pessoas diferentes podem ter perceções diferentes sobre o mesmo acontecimento, e assim, ter duas reações distintas, o que também produzirá dois resultados diferenciados.

 

Quando eu trabalhava em Madrid com adolescentes delinquentes, uma coisa que eu sempre acreditei foi que, quando uma criança/jovem passa por problemas familiares, como um divórcio, abandono, morte, etc, isso potencia de grande forma as probabilidades de se envolver com o crime. Na verdade, os 18 meses que trabalhei nessa área, não encontrei um único caso de menores em âmbito judicial que não tivesse algum tipo de disfunção familiar. MAS (e aqui entra a grande questão) nem todos os adolescentes espanhóis (ou de qualquer outra nacionalidade) que tivessem disfunções familiares, estavam naquela situação. Então onde estava a diferença?

 

Ainda que os problemas familiares possam ser uma condição difícil de experienciar, não é essa CONDIÇÃO que decide o destino de uma pessoa, e sim a DECISÃO que ela toma quando algum acontecimento menos bom sucede.

 

Isso era simplesmente o que os miúdos decidiam acreditar, que porque o seu pai era assim ele também ia ser, ou que porque foi abandonado pela família era um jovem problemático, ou que porque a minha mãe não tinha tempo para ele, então não tinha valor nem futuro.

Quanto mais eles diziam isto, mais difícil se tornava fazer com que eles se tornassem em casos de superação. Porque aquilo que dizemos também pensamos, e o que pensamos também sentimos, o que sentimos também fazemos, e o que fazemos gera um resultado. Ou seja, resumindo e concluindo, as nossas palavras geram resultados.

 

Trazendo isto para questões menos dramáticas, que aconteçam no dia-a-dia, normal e corrente, acontece exatamente a mesma coisa.

Se dizes que és fraco vais pensar que é fraco, sentir-te fraco, agir como fraco, e ter resultados de quem é fraco.

Se dizes que és menos inteligente que a maioria, assim irás pensar, sentir, fazer e gerar resultados de quem é menos inteligente.

Se dizes que não consegues perder peso, assim irás pensar, sentir, fazer (ou deixar de fazer) e gerar (ou não gerar) resultados.

Se dizes o que quer que seja, isso será a tua vida! E quando esse resultado surge, como é que alguém te poderá convencer do contrário? Só tu podes quebrar esse ciclo.

 

Se te identificas com isto, estás dentro de um destes grupos:

 

- Grupo um: Por alguma razão, realmente acreditas nas mentiras que te tens contado a ti mesmo, e tens vivido uma vida que é apenas satisfatória para sobreviver no mundo.

 

Aqui sugiro que prestes atenção às tuas palavras, e que comeces a questionar se são realmente verdade. Por exemplo, se costumas dizer muitas vezes que não vais conseguir terminar o teu curso (dizes), provavelmente pensas que és menos capaz (pensas), começas a sentir-te inferior (sentes), então nem te dás ao trabalho de fazer um plano da matéria e começar a estudar (fazes/não fazes), e acabas por não passar nos testes (resultado).

Mas quando começas a questionar aquelas palavras, como por exemplo “E se eu conseguisse terminar o meu curso, o que faria agora?”, imediatamente tens uma reação diferente. Quando fazemos uma pergunta, o nosso inconsciente não consegue não responder, então assim que questionas algo, ele traz-te soluções. É automático, a tua imaginação começa a levar-te para novos lugares, de como seria se conseguisses, começas a sentir-te mais motivado só de pensar que algo que estás a lutar à tanto tempo pode acontecer, tomar atitudes é mais fácil, porque já começas a ver que algo de diferente pode acontecer, e, cedo ou tarde, pimba! Acontece!

De hoje para amanhã? Talvez, se for, por exemplo, fazer as pazes com alguém, pode ser hoje mesmo. Talvez não seja tão rápido se for acabar um curso, ou perder peso. Mas lembra-te do que disse na semana passada, o foco deve estar no processo e não apenas no resultado!

 

Grupo dois:

Sabes perfeitamente que aquilo que dizes não é a verdade, e usas essas histórias para te proteger de fazer o que sabes que tens que fazer.

 

Aqui não te sugiro nada. Porque… Já sabes o que tens que fazer, então faz.

 

“Mas Nádia, achas que é assim tão fácil? Tu não sabes a minha vida, é mesmo difícil! Vou-te só contar o que me aconteceu no outro dia!...”

 

Vais-me contar uma história que até pode ser uma condição em que te encontras, mas o que me estás a dizer na verdade é que a decisão que tomaste foi deixar que isso dirigisse a tua vida.

Podes ter a certeza que aquilo que te aconteceu, está acontecer ou as condições em que te encontras, também é o que aconteceu, está acontecer ou é a situação em que outra pessoa num outro lado qualquer do mundo também se encontra. Mas essa pessoa tomou outra decisão qualquer, e está a ter uma vida diferente, porque agiu de forma diferente.

 

Não são as condições e sim as decisões que mandam na nossa vida. E lembra-te, que não tomar qualquer decisão, também é uma decisão.

 

Um bom sábado, e boas decisões!

 

Até para a semana

 

Autora: Nádia Tavares - DreamAchieve 

Fonte: Vivências Press News

25 de Março de 2017  

24 Mar, 2017

MULTIDÃO

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Ser iguais ou ser diferentes? Eis a questão. Iguais para sermos amados, diferentes para sermos reconhecidos.

Vivemos no constante dilema de querermos encontrar pessoas parecidas connosco para podermos pertencer a algo ou a alguém. Por outro lado, no meio da mesma multidão queremos também encontrar o nosso espaço de destaque, através do que temos de diferente para oferecer.

Deixo de ser quem sou para ser o que o outro quer que eu seja, ou sou eu mesma, destacando-me da maioria?

Costumas passar por isto? Pelo conflito interno de agradar alguém desagradando-te a ti mesmo, ou agradar os teus valores e desagradar alguém?

Porque não juntar as duas e transformar este pequeno dilema numa junção de partes, que colaborem numa equipa infalível para mudar o teu mundo?

Porque não, através da tua identidade única, destacares-te de tal forma que começas a impactar a vida de quem te rodeia?

Porque não demonstrar o teu amor através da verdade, através do que tens de diferente, através dos teus valores?

Porque é que achamos que temos que trair a nossa identidade para nos identificarmos com outros, quando é a nossa identidade que nos identifica neste mundo?

A verdade é que no meio desta multidão somos diferentes, iguais, parecidos... Não é aí que está graça?

 

 

 

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24 Mar, 2017

SOMBRA

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A nossa sombra não mente, reflete o que somos. Como os nossos resultados, relações e respostas que recebemos à nossa volta, também não mentem.

Tudo o que nos acontece é um feedback do que somos. Diz-se até que, a vida é um espelho que reflete o que temos dentro de nós.

O que acontece a maioria das vezes, é que quando não gostamos dos nossos resultados, tentamos mudar as coisas e as pessoas. Tempo desperdiçado, e uma grande probabilidade de frustração aproxima-se.

Investimos tempo, energia e a nossa própria vida em algo que não nos vai trazer nada. Percorremos caminhos longos à procura de grandes transformações, quando na verdade não precisas de ir mais longe.

É simples entender que o que pensamos também sentimos, que o que sentimos fazemos, e do que fazemos obtemos um resultado.

Se não estás contente com os teus resultados, muda o que está dentro de ti.

Muda-te a ti, muda o teu mundo!

 

 

 

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Por vezes é preferível passar por uma fase de confusão, do que estar sempre completamente seguro de algo.

A confusão precede a aprendizagem, porque obriga-me a procurar, a pesquisar, a perguntar, a desenvolver...

A certeza absoluta faz-me ficar estática e quieta no meu canto, porque já sei tudo supostamente.

Podes estar imenso tempo seguro de algo que depois concluis não ser correto, e podes um dia andar confuso, mas certo de que estás no caminho certo.

O melhor mesmo é viver na certeza de que as confusões também nos podem trazer certezas e seguranças. E as certezas quebradas também nos podem trazer confusões.

O melhor mesmo é ser feliz nas certezas ou nas confusões

 

 

 

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24 Mar, 2017

SILÊNCIO

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Fazemos coisas atrás de coisas, compromisso atrás de compromisso, rotina em cima de rotina... Onde fica o espaço para nós?

Um espaço para dedicares somente a ti, aos teus pensamentos, aos teus objetivos, e à pessoa que és.

Sempre com tanto para fazer, mas se não tens um momento para ti, para te ouvir, a vida passa, e acabas por partir sem saber o que estás aqui a fazer.

Basta um momento, uns minutos, em que apenas te oiças a ti, te dês atenção a ti, e invistas em ti... Sem o ruído do mundo, das opiniões, das tendências e das obrigações.

É aí que descobres quem és, e que descobres o sentido (ou falta de sentido) daquilo que tão "aloucadamente" andas a fazer.

É nesses momentos que tomas as decisões mais congruentes com a tua identidade, porque não há ninguém para dar opinião.

É nesses momentos que dizes as coisas mais verdadeiras, pois não há ninguém para te julgar.

É nesses momentos que te descobres, que te conheces, e que traças objetivos que realmente fazem sentido para ti...

Esses momentos, de parar e respirar fundo, podem definir a tua vida.

 

 

 

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24 Mar, 2017

EQUILIBRIO

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Começo a achar que a virtude humana mais preciosa é o equilíbrio.

É como se fosse aquilo que determina a verdadeira importância de cada uma das nossas outras virtudes.

Pouca organização não é ideal, mas em demasia pode não dar espaço à criatividade.

Pouca auto-estima não é o ideal, mas em demasia pode não dar espaço à humildade.

Pouca coragem não é o ideal, mas em demasia pode não dar espaço à segurança e cautela.

Pouca atividade física não é o ideal, mas em demasia dá espaço à fadiga.

Às vezes uma virtude equilibra outra, ou duas pessoas equilibram-se entre si.

 

 

 

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Por fora, no momento do jogo, do combate, da corrida, da apresentação, parece tudo lindo...

Mas para que nos momentos decisivos tudo seja perfeito, são necessárias horas de treino, dor, sangue e suor que poucos vêm.

O que muitos não chegam a entender é que não são os momentos de glória que devemos querer imitar, mas sim os momentos de sacrifício.

As vitórias serão consequência.

 

 

 

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24 Mar, 2017

A CULPA E A RAZÃO

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A Culpa e a Razão foram muito inteligentes em unir-se... Para alguém assumir a culpa, alguém tem que ter razão... Para alguém ter razão alguém tem que assumir a culpa.

Vemos esta dupla imbatível a destruir relacionamentos, amizades, oportunidades, sonhos e planos... Porque alguém achou que tinha razão, e provavelmente ninguém quis assumir a culpa.

Observamos que esta dupla fantástica tem mais valor que o amor, que o perdão, que a família, que o amigo, que o colega, que o patrão, que o vizinho... que qualquer pessoa na verdade...

A vida humana já não tem tanto valor ao pé da Culpa e da Razão... Pessoas deixam de falar com pessoas por causa de: "Eu tenho Razão, ele é que tem a Culpa! Enquanto ele não admitir, eu não perdoo!"

Enquanto estas duas não são incluídas no discurso de forma evidente, não há negócio possível. Se só houver amor e perdão, compreensão e entendimento, não vale! Tem que haver Culpa, tem que haver Razão!

Tem que haver ganhar e perder! Tem que haver certo e errado! Senão nada feito. As pessoas morrem na vida umas das outras.

Quem vive assim não se apercebe que a Culpa é apenas um peso imaginário, e a Razão só constrói egos ilusórios.

A insegurança tem destas coisas, inventar cenas para que o ser humano se sinta um pouco mais poderoso. Então aproveita-se qualquer oportunidade para apontar um erro... Assim, na Culpa e na Razão, alguém se torna melhor que alguém.

Se conseguíssemos abrir mão destes dois elementos, e nos focássemos em amar, perdoar, compreender, crescer e desenvolver, salvaríamos muitas vidas, muitos relacionamentos e muitas oportunidades de realizar sonhos.

 

 

 

 

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