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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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29 Mai, 2017

O MEU "PORQUÊ"...

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Lá estava eu com o prémio de MVP na mão, depois de um torneio com a seleção... Cansada, lesionada, mas sem reclamar... Queria fazer o meu melhor.

 

Tinha o joelho ligado, e já não sabia se coxeava por causa das dores, ou por causa da ligadura que estava super apertada para me proteger de outras lesões... Tinha-me lesionado num treino mas, nada disso impediu de eu estar dentro de campo, e de eu dar o meu melhor...

 

Há algo que nos move dentro de nós, algo que vai além da motivação, além do combustível que dizemos ter, que nos empurra para os nossos objetivos. Se tivéssemos a oportunidade de perguntar numa sala cheia de gente motivada: "O que é que te motiva?", iríamos encontrar todo o tipo de respostas diferentes. E ainda que as respostas fossem iguais, os significados das respostas seriam diferentes.

 

O segredo está aí. No "porquê" que faço o que faço. No objetivo do objetivo. É entendendo isso que entendemos as pessoas, que as conhecemos e que as influenciamos... Ou seja, que as motivamos. Isso quer dizer que as pessoas são motivadas de formas diferentes. É óbvio, mas não tanto.

 

Lembro-me perfeitamente de ter alguns (não muitos) conflitos com outras pessoas, porque ficava inquieta quando via alguém que não se superava.

 

Para mim, jogar com o joelho, o pé, a mão, o que fosse, com ligadura, desde que a fisioterapeuta deixasse, para mim era razão extra de motivação. Mas para outros não. E eu não entendia isso.

 

Criticava muito quem não se levasse até ao limite, quem eu achasse que não estava a dar o máximo para chegar a um nível mais alto. Excluía inconscientemente da minha vida quem não vivesse de acordo com esse lema.

 

O meu valor mais alto, o meu "porquê", é e sempre foi a superação. É por isso que faço o que faço, por necessidade constante de me superar. A mim e o que me rodeia. Mas eu nem sempre o soube. E tal como não sabia que esse era o meu valor mais alto, também não sabia que o valor mais alto de outra pessoa, podia ser outro. Sendo assim, achava que todos tinham que ser como eu, achava que motivação era motivação e ponto final.

 

Hoje vejo isso nas equipas. As pessoas não querem conhecer os valores dos outros, querem impor os seus! Acham que as sua forma de ver o desporto e mundo é a correta, sem saber que o outro pensa que a sua é que é a correta.

 

Não há forma correta! Há a forma de cada um. Há quem valorize a superação, como eu, há quem valorize a ética, há quem valorize a organização, há quem valorize a amizade, há quem valorize o respeito... Umas não excluem as outras, mas há sempre uma mais importante que todas as outras. Há sempre um valor que não pode faltar.

 

Antes de eu dar um nome ao meu valor (à superação) achava que a minha forma de estar era a única. Irritava-me, discutia, arranjava problemas com quem não vivesse em constante superação. Ou com quem por exemplo, por ter que usar uma ligadura, já não pudesse treinar. Se eu podia, o outro também podia!

 

Quando percebi que os motivos (motivações) das pessoas variam tanto como o seu DNA, foi quando comecei a apaixonar-me pelo conhecimento do comportamento humano. É aí que tiramos o melhor das pessoas, que trabalhamos no seu máximo potencial.

 

Se sabes dar nome aos teus valores, isso é ótimo!

 

Mas se sabes dar nome aos valores das pessoas que te rodeiam, de atletas, de treinadores, melhor ainda!

 

Se conheceres os valores de alguém, conheces as suas motivações, os seus "porquês", aquilo que lhe faz único, e, obviamente, diferente de ti.

 

Se conheceres realmente alguém, tens a chave para motivá-lo.

 

Não é inteligente queres abrir cinquenta portas diferentes, com a mesma chave. Vais partir a chave, e a fechadura também. Depois disso, não há quem abra essa porta.

 

Cada porta tem a sua chave. Não é mais engraçado assim?

22 Mai, 2017

ESTÁS PREPARADO?

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Preparamo-nos e pensamos constantemente no futuro, no que vai acontecer amanhã. Eu costumo dizer que melhor é pensar no futuro do que no passado, mas ainda melhor que pensar no futuro é pensar no presente. Ainda assim há necessidade de planear e preparar o melhor possível o que aí vem, para termos alguma direção de que ações tomar hoje. 

 

Os atletas também fazem isso, preparam-se para grandes momentos, para grandes competições... Treinam horas, dias, meses, anos... Por vezes para chegar a um momento bem menor do que o tempo de preparação, e mostrar o que valem.

 

Ainda mais dramático que um jogo de basquete, são aquelas momentos desportivos que decorrem em segundos... Por exemplo, salto em comprimento, ou em altura, ou uma corrida de 100 metros... Todos se preparam tanto, e são os detalhes que definem tudo. Esses detalhes são mentais. Muita gente usa a visualização de objetivos a concretizarem-se, usa palavras positivas de que tudo irá correr bem, imaginam vezes sem conta os movimentos até sairem perfeitos... Tudo certo, mas há um detalhe... Nem sempre tudo vai ser perfeito, e raramente estamos preparados para o imperfeito!

 

O psicólogo que acompanhou o comité olímpico chinês, há uns anos atrás construiu um modelo, para mostrar uma coisa da qual não se ouve falar muito, mas que faz todo o sentido: Arranjar estratégias para quando as coisas não correm como eu quero! 

 

Sinceramente, depois de ouvir isso, tudo encaixa na perfeição. Não foram os meus momentos perfeitos dentro de campo que me fizeram atleta, foram os momentos em que soube recuperar do que corria menos bem. É que por vezes preparava-me tanto para que corresse perfeito, que quando isso não acontecia, eu ficava abalada, e isso afetava visivelmente a minha forma de estar. 

 

E porque é que isso não acontecia? Porque é que as coisas não eram perfeitas como eu esperava? Afinal era para isso que eu treinava, e era para isso que me preparava... Porque nada, nunca, irá ser perfeito. Nada, nunca, irá ser como esperamos. 

 

O lançamento não entra sempre que queremos, o passe não chega sempre à colega para quem olhámos, o nosso defesa por vezes vai ter que marcar, outros dias vamos ficar mais cansados que o normal, outros menos motivados, outros menos confiantes... A lista não acaba. No fim vence quem superar tudo isto, e apesar de tudo, continua a lutar. 

 

Admiro muito mais um atleta que, depois de um erro, ou de uma queda, se levante sem alaridos, e simplesmente continue a trabalhar, do que um atleta a quem tudo lhe corre bem. Porque, acreditem, isso não vai acontecer muitas vezes. 

 

O último a ficar de pé vence, mas para isso há um pensamento que carrego comigo, e posso emprestar-te se quiseres, para quando precisares usar: 

 

"Os momentos bons são colheitas de todos os momentos maus em que eu plantei."

 

Se tiveres um momento bom, é porque em algum momento trabalhaste para ele. Se for um momento menos bom, acredita, que se manteres a atitude de atleta, de persistência e de resiliência, estás a plantar, a regar, a cuidar da tua terra...

 

Eu hoje não ia escrever, estou a passar por um desafio daqueles... Mas é nestes momentos que mais conta, que mostramos o que está dentro de nós, e que plantamos sementes, e criamos raízes. O que estiver melhor preparado vence, não apenas preparado para o que quer que aconteça de bom, mas principalmente para o que sabe, e não sabe, que poderá vir a acontecer de menos bom.

 

Faz parte, se souberes lidar com isso, aí sim, estarás preparado. 

 

Estás preparado? 

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Esta semana a DreamAchieve conversou com a Daniela Domingues, atleta internacional, representou várias vezes a nossa Seleção Nacional, e é uma peça chave na equipa onde atualmente joga, ADVagos. 

 

DA: Daniela, conta-nos como foi o teu percurso como atleta até ao presente?

 

DD: Lembro-me como se fosse hoje o início da minha carreira. A minha irmã já praticava basket, e todos os fins de semana lá ia eu com a bola debaixo do braço para o pavilhão, vê-la jogar. Quando não havia jogos, ia com ela e mais os amigos para o playground. A partir daí comecei a ganhar gosto e já não passava sem a bola de basket, até na escola aproveitava todos os intervalos para jogar. (Que saudades desse tempo, que o amor ao basket é tão genuíno e verdadeiro).

Assim, iniciei a prática desportiva no Clube Desportivo da Póvoa, a minha formação, ou a parte mais importante da minha formação, foi feita neste Grande clube.

Aos meus 14 anos fui convocada para o meu primeiro estágio de observação, embora da seleção sub-15, eu estava radiante. O tempo é o meu pior inimigo e o meu maior defeito é nunca saber onde meto as coisas. Porquê eu contar isto? Logo no meu primeiro estágio e tão importante, cheguei atrasada e perdi a minha carteira com o bilhete de identidade, que mais tarde se encontrou no saco dos equipamentos. Embora estes percalços, o estágio correu muito bem. Consegui ser convidada para o Centro de Alto Rendimento de Calvão. Estava num mundo paralelo. Eu, Daniela Domingues, que só sabia correr e fazer passadas do lado direito, ia para onde? Era impossível.

 

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É verdade, entrei no CNT, e a partir daí iniciei a minha fiel relação de empenho e dedicação ao basket. Lá ensinaram-me que tudo na vida é importante, mas o basquetebol, sim o basquetebol, está para lá da nossa vida. 

Sei que já me prolonguei demais, mas penso que a fase mais importante de um atleta é o início.

Depois foi sempre a viver para o basquetebol – a grande prioridade. Participei em todas as seleções de formação e seleção principal. Para além do meu clube de coração, joguei no Barcelos (pessoas fantásticas, um grupo exemplar, adorei a experiência e só tenho de agradecer toda a amabilidade com que me receberam) e no ADVagos, onde me encontro atualmente a jogar e acho que já faço parte da “Mobília”.

 

DA: Sendo atleta da Liga, da seleção nacional, e tendo já estado em situações que requereram grande responsabilidade e foco da tua parte, com que mentalidade enfrentas os constantes desafios?

 

DD: Acho que nunca aprendemos a lidar com os desafios constantes da modalidade. Para quem gosta e quer muito, os desafios podem se tornar gigantes. Então, para responder a esses desafios com eficácia é necessário trabalhar diariamente para chegar ao excelente. Porque só assim sabemos que no momento certo o excelente é suficiente.

 

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DA: Nesta última fase final, por muita que as equipas fossem bastante equilibradas, só um poderia ganhar. Entraste no último jogo sabendo que a tua equipa já não podia ser campeã nacional, mas ainda assim, o que se viu foi uma Daniela focada e a dar o melhor até ao fim. O que te leva a agir dessa forma?

 

DD: O segundo lugar é sempre melhor que o terceiro, foi este o pensamento transmitido à equipa. Mas, vou mais longe.

 

Não importa o lugar. O que importa é o teu orgulho, o que importa é o trabalho de uma época, o que importa são os sacrifícios feitos durante oito meses de competição.

 

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Por isso, não ia baixar os braços só porque não conseguia ser campeã. Não, pelo contrário, queria que a minha equipa fizesse o melhor jogo da época, perante o grande público do basquetebol português, para mostrar que a minha Equipa tinha capacidade para ser campeã.

 

DA: Quais têm sido as tuas aprendizagens mais importantes com o desporto de alta competição?

 

DD: O tempo é escasso, mas há sempre tempo para tudo, é só querer. O trabalho é a melhor solução. Por muito cansado que estejas, é possível. Nunca estamos sozinhos, uma Equipa é para a vida.

 

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DA: Para além do basquetebol, tens outra profissão. Na tua opinião, qual é a importância dos atletas dedicarem-se também a uma outra carreira?

 

DD: Todos nós sabemos, e não é tabu, que o basquetebol português feminino é apenas amador (por muito que me custe dizê-lo). Por isso, faz todo o sentido ter outra carreira profissional, se o objetivo não passa por jogar no estrangeiro a alto nível (mesmo assim é importante continuar a estudar).

O meu conselho mais verdadeiro é: o basquetebol não é a nossa vida, embora aos 15 anos o pareça, o basquetebol é um vício, mas a par desse vício temos de encontrar o nosso “tratamento” – outra carreira profissional.

 

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DA: A DreamAchieve promove a importância de temas de Coaching e Psicologia no Desporto. São abordados temas relacionados ao comportamento, motivação, mentalidade, e muitos mais… Na tua opinião, qual é a importância destes temas na tua prática desportiva, e na tua vida?

 

DD: Existem atletas, não só de alta competição, que lidam de forma errada ou diferente com a pressão, stress ou ansiedade, que mais tarde podem se transformar em problemas para a saúde. Por isso, abordar estes temas é fulcral, ajudando os atletas a desenvolver estratégias para colmatar sintomas que prejudiquem a prática desportiva.

 

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DA: Se pudesses dar um conselho a todos os atletas que te admiram, o que seria?

DD: Aproveitem tudo agora, cada treino, cada jogo, cada detalhe… aproveitem tudo agora, cada amizade, cada brincadeira, cada momento… aproveitem porque mais tarde tudo se torna saudade!

 

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Em apenas uma frase diz-nos:

 

Momento mais alto da tua carreira:

Coletivamente, subida à Divisão A com a seleção sub-20.

Individualmente, seleção sub-18, encontrava-me fisicamente e mentalmente forte, tanto é que o reconhecimento foi tal, que nesse europeu recebi três convites de universidades nos E.U.A.

 

Pessoas mais importantes no teu percurso:

1º - A minha irmã;

2º - Hugo Ferreira (treinador da formação no CDP);

3º - Agostinho Dias (treinador da seleção distrital do Porto);

4º - Ricardo Vasconcelos (treinador no CNT Calvão e Seleção Nacional).

 

Lugar preferido no mundo:

Casa dos Pais

 

O que queres fazer quando terminares a tua carreira desportiva:

Continuar a orgulhar-me do Basquetebol Português

 

Frase que te caracterize:

Vivo de instantes, dos prazeres da vida… Vivo para disfrutar as emoções do momento! O resto…  “Just let it go”!

 

 

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Todos temos acompanhado o acontecimento único, em que um português e a sua irmã ganharam o concurso da Eurovisão.

 

Salvador e Luisa Sobral marcaram a história.. Luisa escreveu a letra e Salvador cantou a música. Incrível porque, no meio de tanto alarido, luzes, enfeites, cenários, e músicas cheias de movimento e coreografias dos outros participantes, chega Salvador com o seu sobretudo, e limpa tudo com, apenas e só, o som da sua voz, os seus gestos genuínos e a letra que capta a atenção de qualquer um.

 

Qual o elemento que levou Portugal a vencer? O que foi tão diferente que fez com que "apenas" uma voz vencesse o concurso da Eurovisão?

 

Esse elemento vencedor todos nós temos, mas poucos temos coragem de o usar. Esse elemento vencedor é suposto que cada um saiba usar melhor que ninguém, mas o medo provoca muitas vezes um desvio desse elemento.

 

Existe algo chamado "Elemento da unicidade humana", que todos temos. Não há ninguém igual a mim, não há ninguém igual a ti. Mas por muito que se diga isto, que se tenha tornado até um cliché, as pessoas preferem ser igual aos outros, do que serem elas mesmas.

 

O Salvador não quis saber se a música dele era "diferente" das outras, ou se ia cantar em português, o que ele fez, que não minha opinião o fez sobressair, foi ser ele mesmo, foi ser único. Todos os outros foram muito parecidos, uns melhores outros piores, mas todos no mesmo registro de tipo de musica ou dança. O Salvador pegou naquilo que mais ninguém tinha, a personalidade dele, e mostrou-a ao mundo com a sua transparência.

 

Agora olha para ti, e para a tua vida, vê se tens acreditado nas tuas características únicas, ou se tens gastado a tua energia em tornar-te alguém que não és, só porque achas que há outros melhores que tu.

 

Observa se aquilo que dizes é aquilo que queres dizer, se aquilo que fazes é aquilo que queres fazer. Observa se tens sido tu, ou se tens sido outra coisa qualquer. Observa se estás a viver a tua vida, aquela que era suposto viveres, ou se está a viver a vida de outra pessoa qualquer.

 

Observa se tens tirado o melhor proveito das tuas qualidades únicas, ou se tens estado focado naquilo que não tens.

 

Pode ser que agora mesmo estejas a investir em algo que não é o que acreditas, mas fazes na mesma porque é o mais "normal". Pode até ser que faças um desporto que não gostes tanto, que trabalhes numa empresa que não gostes tanto, ou numa área que não gostes tanto... Mas essa pessoa não és tu. O elemento vencedor do Salvador e da Luisa, e de qualquer outra pessoa que vence, é investir na sua unicidade. O elverdadeiro elemento vencedor de qualquer pessoa, é colocar os seus valores acima de qualquer troféu.

 

Por muito estranho que pareça, quando nos focamos demasiado no troféu, acabamos por nos desviar da nossa identidade e valores, mas quando nos focamos na nossa unicidade, o mais provável é que façamos a diferença.

 

Não há ninguém igual a ti... Não há ninguém que tenha a tua voz, o teu rosto, os teus olhos. Não há ninguém que faça o que tu fazes como tu. Olha para ti, dá-te credito. Investe nisso, pois mais ninguém o pode fazer.

 

Ninguém consegue ser tu tão bem como tu. Porquê tentar ser outra pessoa se és o melhor a fazer de ti mesmo?

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Quando começo um processo de mudança com um atleta (ou outra pessoa qualquer), começo sempre por três questões cruciais para que haja efetivamente uma mudança. É isto que todos querem certo? Mudança! Algo diferente! Não estando contentes com a situação atual, querem respostas sobre como alcançar os seus objetivos. 

 

E o primeiro passo é mesmo esse: Onde estou e onde quero chegar?

 

Muitas vezes, quando faço esta pergunta, surgem logo duas situações: Primeiro, maioria não me sabe dizer onde está. Quem é, o que faz efetivamente (sem histórias e desculpas), se está perto ou longe dos seus objetivos, se tem realmente o que precisa para chegar lá. Segundo, não sabem exatamente para onde querem ir. A grande parte das pessoas diz-me algo vago e óbvio que é "Quero melhorar." A sério? Não me digas... Pensava que querias piorar... 

Essencial que saibas o que queres. Qual o próximo passo? Onde queres chegar? A que lugar? A que posição? A que velocidade? Quando? 

Saber onde estou e onde quero chegar, é o primeiro passo para que as coisas sejam vistas como são. Nem piores nem melhores, mas sim exatamente como são.

 

Daí partimos para o segundo passo: O quê, e como faço para chegar lá?

 

Esta pergunta é super! Porque trás a responsabilidade para ti! Não depende de outro, o que te traz de volta o controlo da tua vida e do teu caminho. Repara que a pergunta é "o que faço!", e não, "o que tem que acontecer à minha volta?", nem "o que outros têm que fazer por mim!". 

Respondida esta pergunta, com planos e estratégias sobre as atitudes que deves tomar, começas a acreditar que tens potencial para chegar lá. Só de escreveres num papel estes passos, a conquista começa a tornar-se real. Descreve o que tens que fazer, quantas vezes por dia, por semana, por mês... Com que intensidade, de que forma, com que mentalidade, com que postura... O processo para chegar ao teu objetivo deixa de ser vago, e começa a ser algo praticável ao longo do tempo. 

 

Finalmente o terceiro passo: FAZ! 

 

Nada se torna real quando apenas pensamos sobre isso, ou quando apenas queremos muito aquilo. As coisas tornam-se reais, quando as tuas ações também são reais. FAZER é a palavra chave. Fazer com a consciência que o primeiro passo te deu, e com a direção que o segundo passo te deu. Agora é Fazer e Refazer. Ajustar o que está a resultar menos bem, aperfeiçoar, e FAZER de novo! A consistência é a melhor amiga dos que se destacam! 

 

Quando achares que estás a perder o gás, lembra-te porque é que começaste, lembra-te do que queres, lembra-te do que significa para ti. E lembra-te também que, estejas em que fase estiveres, todos os hérois tiverem momentos terríveis, e momentos espetaculares. E que foi isso que fez com que a sua história fosse digna de ser contada! 

 

1 - Onde estás e onde queres chegar?

2 - O quê, e como faço para chegar lá?

3 - FAZ e REFAZ 

 

Estás preparado(a)? ;)

 

 

 

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Lembro-me tão bem do momento em que o Manaia me ligou, em Dezembro de 2000, para me dizer que me ia subir de escalão. Estava no carro com os meus pais, eu ia na parte de trás, e por coincidência (ou não) estava a passar mesmo em frente ao pavilhão onde treinava... Quando o telefone (na altura tijolo com antena e tudo!) toca! 

 

Ele perguntou-me se eu queria subir de escalão. Eu lembro-me de estar a sorrir tanto, que os cantos da minha boca pareciam que iam rasgar. Respondi "Sim, claro que quero!" num tom emocionado. Também me lembro de ele fazer um comentário qualquer ao meu estado de alegria, que pelos vistos chegava ao outro lado do telefone...

 

Em Janeiro comecei a treinar com as mais velhas, e ao início parece tudo espetacular, até surgirem os desafios. O que muita gente não sabe é que, ao sermos "promovidos" as dificuldades aumentam, a concorrência é maior, os desafios sobem de nível. Isso acontece desde os jogos de consola, até qualquer outro contexto na nossa vida. Subimos de nível, há o momento de felicidade, logo a seguir surgem as dificuldades. 

 

Havia um exercício horrível que o Manaia gostava muito de fazer, de deslizamento defensivo. Era um exercício técnico, porque começávamos a uma velocidade mais lenta, mas depois ia aumentando e tornava-se uma exercício físico. Quando chegávamos à parte da máxima velocidade, acredito eu, tornava-se um exercício mental. 

 

O exercício era duas a duas. A primeira vez que treinei com elas, fizémos esse exercício, fiquei a fazer par com a jogadora mais lenta, e éramos as últimas da fila. Quando chegou a parte da máxima velocidade, ela desistiu. Ficou com as mãos nos joelhos, agachada... Eu também desisti, estava tão cansada que, ao vê-la a parar, pensei que não havia problema. Entretanto as minhas colegas todas já tinham ido e voltado, e nós estávamos ali, em modo de desistência... 

 

Na minha memória ficou isto: o Manaia chegou-se perto, e num tom baixo disse apenas: "Podes chorar, podes gritar, podes morrer... Aqui só não podes desistir. Acabem o exercício." 

 

Fizémos, com muita dificuldade. Mas fizémos. Até ali eu nunca tinha sido desafiada a chegar a tal nível de cansaço. Nunca tinha sido levada a refletir sobre o mau que é desistir.

 

Quando voltámos a fazer o exercício, já num outro treino, troquei de colega. Nas minhas sessões de coaching, falo muito sobre a importância de criarmos à nossa volta, um grupo de pessoas que tenham uma influência positiva nas nossas decisões. Então, fui fazer o exercício da morte com a base principal da equipa, jogadora de cinco inical, e éramos sempre as primeiras na fila. Fizémos o deslizamento defensivo juntas durante os 4 anos seguintes. E todos os outros exercícios que fosse duas a duas.

 

Sempre que éramos levadas ao limite, nenhuma das duas sequer mencionava a palavra desistir, e como éramos sempre as primeiras a acabar, porque éramos as primeiras a começar, havia um certo gozo em superar-nos todos os dias. Foi assim que ganhei o gosto na competição. Foi assim que aprendi a divertir-me no meio de tantos desafios.

Desistir traz arrependimento, sentimento de culpa, impotência, e aumenta a crença de que não conseguimos fazer algo.

 

A dor de continuar é temporária, o arrependimento de desistir é para sempre. 

 

Mesmo que te seja dada a missão impossível, é lindo que chegues ao fim e que a tenhas conseguido cumprir. A arrastar-te, a chorar, a gritar, ou a morrer... Mas sem desistir. 

 

É continuamente não desistindo que ganhamos gosto por ultrapassarmos os nossos limites, e conseguimos sorrir nos momentos de maior dor, porque sabemos que essa dor, são dores de crescimento. É continuamente persistindo que, mesmo no impossível, conseguimos divertir-nos, conseguimos viciar-nos em querer ir ao limite. Porque aquele sentimento de conseguir fazer algo além das nossas próprias capacidades (e até além das capacidades de quem nos rodeia), é o que nos faz ser diferentes da maioria. 

 

A maioria foge da dor... A diferenciada minoria procura-a. Não porque goste da dor, mas porque se viciou nos resultados de ultrapassar essa dor. 

 

No pain, no gain ;) 

 

 

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Foi uma grande honra para a DreamAchieve poder conversar com Célio Dias, judoca internacional, que marcou presença nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

 

DA: Célio, como foi até agora o teu percurso como atleta?

CD: Acima de tudo a minha carreira tem sido uma grande aprendizagem e um caminho para mim. Através da minha experiência enquanto atleta de alta competição tenho um contacto muito próximo com diferentes pessoas, mentalidades e padrões de cultura que me enriquecem enquanto ser humano e ao mesmo tempo me tornam uma pessoa mais resiliente e combativa. Comecei a fazer Judo quando tinha 13 anos e quando olho para trás e vejo tudo aquilo que este Desporto me proporcionou (vitórias, derrotas, lições, medalhas…) vejo que sou uma pessoa completamente diferente e transformada no sentido de encarar a minha vida com determinação e responsabilidade. Sempre fui muito educado para me concentrar e focar naquilo que para mim é essencial, a minha carreira e os meus estudos e são duas áreas do meu universo de interesses que nunca descorei. Numa palavra diria que o meu percurso até agora tem sido uma aprendizagem, pois todos os dias, desde que acordo até ir-me deitar, enfrento desafios que me moldam e me tornam num atleta mais forte.

 

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DA: Deves ter vivido momentos de grande responsabilidade nas grandes competições internacionais de Judo (das quais conquistaste medalhas de ouro e bronze) bem como nas tuas participações no campeonato mundial e nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Com que mentalidade te preparaste para esses grandes momentos?

CD: Eu treino todos os dias a pensar nas grandes competições e a lutar contra os melhores do mundo. É uma mentalidade que adquiri desde bastante cedo e que me foi incutida desde cedo pelo meu primeiro mestre de Judo (Vitor Caetano) que nos dizia: “Dos fracos não reza a história”. De alguma forma quero imortalizar todo o meu esforço e dedicação diários, quer seja através das minhas conquistas quer através do exemplo que transmito às gerações de judocas mais novos, com quem tenho a proximidade de trabalhar. Quando estou no tapete dou o meu melhor e isso tranquiliza-me bastante no momento da competição. Nem sempre conseguimos estar ao nosso melhor – sobretudo em termos psicológicos, que na minha opinião é o que faz diferença na competição – mas treinando todos os dias com a mentalidade certa, os objetivos tornam-se mais fáceis e dia para dia vão-se materializando em cada pequena conquista. É um processo extremamente cansativo mas que no fim acaba sempre por compensar. Gosto de pensar que vou entrar numa competição para ganhar. Qual seria o motivo da minha participação? Sempre fui bastante competitivo e tento sempre ser o melhor.

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DA: Que aprendizagens trazes do desporto para a tua vida?

CD: Acima de tudo penso que o desporto me trás três grandes lições.

A primeira, a mais dolorosa de todas, é que não importa o quão aplicado és, o quão o empenhado és ou o quão forte estás num determinado momento… Vai chegar o dia em que vais perder… Isso dói muito, porque num primeiro momento o que acontece na tua mente é a desconstrução de todo o trabalho que tu fizeste, de todos os sacrifícios que tu fizeste… Vai chegar o momento em que vais ter que questionar a razão pela qual continuas a lutar e, na minha opinião, se nesse momento não fores capaz de adicionar um propósito maior e mais profundo do que a tua individualidade, não serás capaz de competir ao mais alto nível e medires forças com os melhores do mundo, pois esses grandes campeões têm essa mentalidade, esse fundamento que é o motivo pelo qual eles lutam e competem.

 

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A segunda lição que aprendi é que o processo de mentalização é essencial, fulcral, na obtenção de resultados práticos – que é disso que se trata a competição; se na tua cabeça não és capaz de te imaginar a bateres de igual para igual com os melhores, muito dificilmente conseguirás alcança-lo na realidade.

A terceira lição que o Judo me ensinou foi, sem dúvida, a humildade necessária para aprenderes com as derrotas e seguires em frente com um acrescento que te vai sustentar nos momentos das grandes vitórias.

 

 

É por isso que choramos quando alcançamos grandes conquistas: elas não são mais do que o somatório de todas as derrotas de que fomos aprendendo ao longo do nosso percurso.

 

DA: O que achas que faz a diferença entre atletas comuns e atletas de elite?

CD: Sem dúvida, a componente mental. Os métodos de treinos estão todos mais do que divulgados, hoje em dia todos os atletas mesmo que a um nível mais inferior, treinam bastante para se apresentar nas suas competições. Para mim ganha a competição quem, naquele dia, for o mais forte mentalmente. Claro que existem fatores externos que não podemos controlar como os árbitros, as nossas condições físicas naquele dia e por aí fora…

 

 

Mas os atletas que a nível mental são mais consistentes e estáveis são aqueles que acabam sempre por se superiorizar nos momentos mais críticos da competição.

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DA: Além de seres um atleta de topo, também estás ligado à moda, e escreves num blogue sobre as tuas experiências, sobre desenvolvimento pessoal, e outros temas muito interessantes. Fala-nos um pouco sobre isso.

CD: Sem dúvida, que é uma das minhas áreas de interesse. Para mim é importante passar uma mensagem positiva para os mais novos e desconstruir a mentalidade de que por sermos “portuguesinhos” não somos capazes de alcançar grandes resultados. Neste momento, estou na faculdade, com treinos bi-diários e a preparar a nova temporada e ciclo olímpico… Portanto, o projeto encontra-se numa fase de restruturação. Mas é um objetivo para ser cumprido num futuro próximo.

 

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DA: Na tua opinião, qual é a importância dos atletas dedicarem-se a outro tipo de atividades além do desporto?

CD: Enquanto atletas nós temos o dever e a responsabilidade de estimularmos a nossa sociedade e contribuirmos para ambientes mais positivos. É importante dedicarmo-nos, por exemplo, à transmissão da nossa experiência aos atletas mais novos, é importante estudarmos (não só porque a nossa carreira é limitada em termos de idade, mas sobretudo porque ao estudarmos estamos também a trabalhar competências que nos são exigidas enquanto atletas de alta competição como a resiliência, a concentração e a motivação). É importante encontrarmos um equilíbrio entre os nossos objetivos competitivos e o desenvolvimento do nosso percurso pós-carreira competitiva.

 

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DA: A DreamAchieve promove a importância do Coaching e da Psicologia no Desporto. São abordados temas relacionados ao comportamento, motivação, mentalidade, superação, espírito de equipa, e outros… Na tua opinião, qual é a importância destes temas na prática desportiva, e na vida quotidiana?

CD: Penso que é necessário esclarecer antes de mais que o Coaching a a Psicologia do Desporto são duas vertentes que se ligam, mas no entanto são diferentes. Enquanto o Coaching é uma área da psicologia e dela se alimenta, o psicólogo tem outras formas e vertentes de trabalhar com os atletas. Eu preferencialmente prefiro trabalhar com psicólogos porque antes de trabalharmos os aspetos que nos poderão tornar mais produtivos é necessário um trabalho mais profundo de desenvolvimento pessoal: conhecermo-nos melhor, perceber como nos comportamos, porque temos determinadas reações e comportamentos… Esse é um trabalho que só pode ser melhor auxiliado com um psicólogo pois tem à sua disposição e conhecimento mais ferramentas que ajudam a trabalham o atleta na sua globalidade e não só apenas na componente do “ser melhor atleta”.

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Na minha opinião, a DreamAchieve é uma excelente iniciativa porque trabalha aquilo que é mais importante num atleta de alta competição: uma mente equilibrada que seja capaz de lidar com o fracasso e aprender com as derrotas, mas que também seja capaz de se manter alinhada e focada na hora do sucesso. Os atletas que decidirem juntar-se a esta iniciativa, com toda a certeza, vão beneficiar e verão os seus resultados muito práticos - aqui é necessário sermos pacientes porque são competências que demoram a ser trabalhadas por estarem intimamente ligadas ao nosso processo de crescimento e perceção do mundo.

 

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DA: Se pudesses dar um conselho a todos os atletas que te admiram, o que seria?

CD: Bem, penso que acima de tudo o mais importante é aprender com os melhores tentando mantermos únicos no nosso processo e desenvolvimento de carreira. Com isto quer dizer que, ler, ouvir, ver como é que os melhores no nosso desporto fazem para se tornarem atletas de referência ajuda-nos a definir objetivos e abrir horizontes. No entanto, neste processo é essencial que saibamos ter a capacidade de não os tentarmos imitar e descobrirmos a nossa própria fórmula do sucesso e temos que ser pacientes nessa busca, na busca da nossa zona de funcionamento ótimo.

 

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Em apenas uma frase diz-nos:

 

Momento mais alto da tua carreira:

Estar presente nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

 

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Pessoas mais importantes no teu percurso:

Família, amigos e as pessoas com que trabalho diariamente.

 

Que profissão gostarias de exercer no futuro:

Psicólogo, embora não esteja certo dá área em que me quero formar.

 

Lugar preferido no mundo:

Japão.

 

O que não pode faltar na tua vida:

Família

 

Frase que te caracterize:

Come on!

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Há uns dias lembrei-me de uma conversa que tive com uma colega de equipa, quando tínhamos apenas 14 anos.

 

Eu jogava num escalão acima e estava a ir a estágios da seleção nacional. Ela perguntou-me como é que eu tinha conseguido isso, qual era o meu segredo.

 

Não havia segredo nenhum. Eu tinha crescido mais que a maioria, fazia natação desde os 4 anos, judo desde os 8, e jogava basquete na rua desde os 6. Isso deu-me uma vantagem física natural, porque sentia-me à vontade a fazer desporto.

 

Mas depois comecei a contar-lhe o que fazia e disse-lhe coisas que só recentemente entendi melhor:

 

"Eu passo a vida a pensar em basquete. Vejo um movimento quando assisto jogos da NBA e fico a imaginar-me ao mínimo detalhe a fazer. Imagino desde os pés até à ponta dos dedos. Depois experimento até conseguir. Quando não há treino, vou para as traseiras do meu prédio com a bola fazer os movimentos. Não há cesto nenhum, mas eu finjo que há. Até tenho um vizinho que goza comigo. Gosto de aprender e de perguntar. Pergunto aos bases o que fizeram para driblar bem, aos extremos o que fazem para lançar bem. Também faço outras coisas por minha conta. Salto à corda, corro, sei lá... O que me apetecer! Quero chegar o mais longe possível."

 

O brilho nos olhos dela, à mesma velocidade que surgiu por ouvir-me falar com paixão, também desapareceu por pensar que eu tinha uma porção mágica para ela tomar e também começar a jogar melhor.

 

O interessante deste discurso foi aperceber-me, depois destes anos todos, que usava muito a imaginação e a visualização, que no Treino Mental, são técnicas que comprovadamente ajudam a melhorar a performance física. Ao associar emoções a esses movimentos ou acontecimentos, aumentas a motivação, o foco e consequentemente o teu desempenho. Além de que crias mapas mentais no teu cérebro relativamente ao que queres, para que, quando fores efetivamente fazê-lo, já não te seja desconhecido, diminuindo o tempo de aprendizagem.

 

Obviamente não fazia com as técnicas corretas, mas definitivamente metia muita emoção à mistura.

 

Giro também pensar que eu só me imaginava a atacar com bola, e que aprendi a defender e a atacar sem bola muito mais tarde e muito mais lentamente.

 

Mais interessante ainda deste discurso foi entender também porque é que nem sempre estas técnicas têm a eficácia desejada. Eu ficava a pensar no basquete porque eu era apaixonada pela modalidade. Para mim não era difícil pensar naquilo, era um prazer.

 

Fico a imaginar pessoas a fazer treino diário de visualização e a não gostarem daquilo que "vêm". Ou até gostam, mas não tanto para pensar naquilo todos os dias. Ou até fazem, mas não com aquela emoção.

 

Gostava de dizer-te uma coisa... Talvez já tenha dito isto outras vezes, mas é importante.

 

A Top Performance vem de uma dedicação que requer paixão. Paixão essa que é o combustível para irmos além do esperado. Esse além do esperado não está relacionado ao que outros esperam de ti, mas ao que tu mesmo esperas de ti. Não por comparação, nem por necessidade de aceitação, mas por algo tão interno, que às vezes não consegues explicar.

 

Podes ter toda a ajuda física, técnica, tática e mental... Se for algo que no fundo não te apaixona, nunca será extraordinário. Se fizeres algo que te move dentro de ti, mesmo que ninguém te ajude nem acredite em ti, chegas lá. Imagina então se recorres a ajuda...

 

Podes fazer tudo para tornar-te bom em algo, mas se não gostas do que fazes, se não és apaixonado pelas tuas práticas diárias, se os teus olhos não brilham ao falar do que fazes, acredita, ainda vais a tempo.

 

Ainda vais a tempo de respirar fundo e agir na direção do que realmente queres fazer, e não daquilo que tens que fazer. Ainda vais a tempo de começar um novo caminho. Não há atalhos! Há que começar do início. Mas acredita que estás mais perto de ser feliz quando estás apenas a iniciar um trajeto que te apaixona, do que quando estás estável num que não te diz nada.

 

Não sei que idade tens, em que condições estás, nem o que te disseram. Ainda não é tarde. Nunca é. Vale sempre a pena dizeres que estás apaixonado pelo que fazes.

 

Ainda vais a tempo. Respeita os teus sonhos.