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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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Há uns dias atras fui fazer uma Palestra a um grupo de atletas, treinadores e país de atletas. A determinada altura, quando falava sobre os passos para alcançar mais resultados, lembrei-me de falar sobre uma frase que me dizem muito: “Nádia, é mais fácil falar que fazer.” Mesmo sem ninguém dizer isso, decidi falar sobre o assunto.

 

Na primeira fila da plateia, estava uma pessoa que, quase não falando com ela no meu dia-a-dia, posso considerá-la minha amiga, e já vão perceber porquê.

 

Há um ano e meio atrás eu estava a trabalhar numa empresa com a qual não me identificava. Estava a trabalhar pelo dinheiro simplesmente. Chegava tarde a casa, levantava-me mais ou menos cedo, não tinha tempo para nada... E ainda por cima, aquilo não me fazia feliz.

 

Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de fazer uma Certificação em Coaching, na qual, em determinado momento, tivemos que fazer grupos de dois, e simular uma sessão de Coaching uma à outra, em que o objetivo era acabar a sessão com uma tarefa para cada uma, que nos aproximasse dos seus objetivos.

 

A Catarina, que estava sentada na primeira fila da plateia há uma semana atrás nesta palestra, fez dupla comigo nessa Certificação há um ano e meio atrás. Nesse dia deu-me uma única tarefa, mandar um currículo para uma entidade que estava à procura de alguém para a Psicologia Desportiva.

 

Eu fiz. Surgiram mais oportunidades. Surgiram ideias. E hoje, 18 meses depois, faço o que gosto em todas as horas de trabalho. Ou estou num treino, ou estou num jogo, ou estou a fazer sessões com atletas, treinadores ou árbitros... Às vezes com equipas inteiras. Às vezes escrevo, às vezes faço palestras... Às vezes estou a ensinar, às vezes estou a aprender, e às vezes estão a acontecer mais que uma destas coisas ao mesmo tempo.

 

Acabei falando sobre esse assunto do “É mais fácil falar do que fazer” dizendo que também o fiz. Que faço todos os dias, e que resulta. Resulta mesmo! Eu não teria motivação para falar sobre algo que não acredito, que não vivo, ou que não tenha resultado comigo. Sou a minha primeira cobaia.

 

Se sou boa ou má, se estou avançada ou sou iniciada, se acerto ou se falho? Não me importa muito. É melhor estar no início do caminho certo, do que muito avançado num caminho que não me faz sentido nenhum.

 

Se tiveres que começar de novo pensa nisso, não estás realmente a começar de novo, porque a vida não volta atrás, e todas as experiências fazem parte do nosso caminho.

 

Faz com que as tuas lutas se transformem constantemente em histórias de inspiração para outros. É a única forma de falares na primeira pessoa quando quiseres ajudar alguém a ser melhor.

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Quantas decisões já tomaste na tua vida? Daquele tipo de decisões que se tivessem sido diferentes, nem imaginas como seria hoje a tua vida?

 

Eu penso muito nisso... No momento em que decidi começar a jogar basquete... No momento em que decidi deixar de jogar basquete. No momento em que decidi sair de casa para ir jogar fora. No momento em que escolhi o curso que ia tirar. No momento em que decidi ir viver noutro país, e no momento em que decidi voltar para Portugal.

 

Sempre tomei as decisões que achava serem o melhor para mim naquele momento. Mesmo que fosse uma decisão difícil, como decidir se ficar ou sair de um clube, sair de casa, escolher uma universidade... Eu não gostava de contar com os outros para decidir. Porque depois ficava refém daquela decisão. Decidir por mim mesma, dava-me segurança e força para não desistir quando as coisas ficavam mais difíceis.

 

Mas houve uma vez em que tomei um decisão porque era o que “ficava melhor”. Era a que todos esperavam que eu tomasse, que foi quando fui para os Estados Unidos!

 

Eu sabia que não era exatamente o que eu queria, só que já tinha sido convidada outras três vezes, e como desde pequena dizia que queria ir para lá, aceitei. Mesmo tendo mudado de opinião ao perceber que não gostava do estilo de jogo jogado nos EUA, e preferia mil vezes jogar numa Liga na Europa.

 

Não correu bem. Pode não ter sido inteiramente por causa da minha decisão mal tomada, mas fui com malas para 2 anos, e 40 dias depois estava de volta a casa...

 

Quando tomas uma decisão importante e corre mal, ficas em baixo durante um momento. Mas quando sabes que no fundo nem sequer era o que querias, ficas ainda pior. Mais vale falhar em algo que é teu!

 

Quantas vezes tomaste essas decisões porque realmente acreditavas que era o melhor para ti? Quantas vezes decidiste alguma coisa porque a maioria também tinha decidido essa coisa?

 

O facto de algo ser o melhor para a maioria, não quer dizer que seja o melhor para ti. Tal como o facto de algo ser o melhor para ti, não quer dizer que seja o melhor para a maioria.

 

Separa-te das decisões dos outros. Podes ouvir opiniões e experiências de pessoas que tenham passado por situações parecidas, mas não deixes que decidam por ti. Analisa, pesa os prós e contras, vê o que faz sentido para a pessoa que tu és, e depois avança com tudo!

 

A única forma de não haver dúvidas no caminho, a única forma de não pensares sequer em olhar para trás, é quando a decisão vem de dentro de ti! Não de fora, das pessoas, das opiniões, da maioria!

 

Se tomares decisões que não vão de acordo com a tua identidade, vais alcançar objetivos que não te vão fazer feliz.

 

Quando as decisões são tomadas por ti, o caminho pode ser difícil, o apoio pode ser menor, mas não há nada como viveres aquilo em que acreditas.

 

Neste pequeno detalhe se faz a diferença entre os perseverantes e os que desistem.

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Tínhamos acabado de ganhar por 48 pontos de diferença, e eu só tinha jogado um minuto por opção do treinador. Todas as outras tinham 10 minutos ou mais...

 

O grupo vinha animado no autocarro, a falar, a rir e a tirar fotos. Não me lembro quem estava com a câmera na mão, só sei que chegou ao pé de mim e disse: "Nádia! Foto! Sorri!" E saiu este sorriso triste que se vê na foto...

 

Eu tinha 21 anos neste dia, era suposto ter maturidade para entender que estas coisas acontecem, que as opções do treinador mudam, que há dias que não dá para jogar todos, que o que importa é que a equipa ganhou e que o grupo está feliz.

 

Pois... Não é assim tão fácil... O motivo pelo qual comecei a jogar basquete foi para... Jogar basquete!! Não para que quando chegassem certas oportunidades, eu ficasse no banco.

 

Obviamente ficar amuada não era a melhor atitude. Naquele dia, naquele momento em que me tiraram a foto, percebi que estava a ser egoísta e egocêntrica. Não fiquei super feliz da vida, mas comecei a conversar, e depois fui com a equipa passear.

 

Mas há aqui um detalhe que por vezes ninguém pensa... Se um jogador não joga, e automaticamente fica feliz e contente, é estranho. Se um jogador não se importa se jogou 1 minuto ou os 40 minutos, é estranho. Se ele não se importa se é uma opção do treinador ou não, é estranho. Normal é haver algo que o incomode!

 

Quando isto acontece é necessário haver um equilíbrio é para lidar com a situação! Não é ficar triste e em baixo, como eu fiquei, mas também não é fingir que está tudo bem. É arranjar uma estratégia para não afetar o ambiente da equipa, mas ao mesmo tempo de sermos capazes de não culpar o treinador, e sim olharmos para o que podemos fazer melhor.

 

No fundo é saber usar o que sentimos para melhorar, para continuar a treinar, em vez de parar... Senão, em vez de melhorares, pioras! E dás ainda maia razões para não seres escolhido.

 

Chega mais longe quem pára menos vezes pelo caminho. Quando ficas triste e hesitas, abrandas, duvidas de ti mesmo, estás a desacelerar o passo...

 

Se sentes que estás a ficar para trás, e decides ir ainda mais devagar, aí é que te perdes mesmo.

 

Quando este tipo de coisas te acontecerem, não pares, acelera a fundo. Treina mais, estuda mais, trabalha melhor!

 

Não deixes dúvidas! Faz com que te escolham!

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 A DreamAchieve esteve à conversa com Márcia Costa, atleta que foi considerada a Melhor Jogadora (MVP), Marcadora e Defensora Portuguesa da época 2016/2017.

 

DA: Márcia, conta-nos o teu percurso desportivo.

Comecei a jogar no ano 2000 no Clube Naval Setubalense, tinha 10 anos. Gosto muito de contar esta parte porque a minha ida para o basquete não foi por gostar muito da modalidade, até porque na altura fazia atletismo, mas sim porque a minha vizinha disse-me que davam um gelado a quem fosse, (risos) achei que era a minha oportunidade!

Entretanto o clube terminou, e a grande maioria das jogadoras transitou para o Palmelense, que também terminou logo na época seguinte, e foi ai que cheguei a “casa” ao Montijo, onde conclui a formação e fiz os meus primeiros jogos como sénior. No Montijo joguei o meu primeiro ano de Liga, tinha 21 anos, bem mais tarde do que é costume é verdade, mas fui crescendo com o clube e só nessa altura conseguimos chegar à divisão principal. Depois dessa época tive uma proposta da Quinta dos Lombos, foram 3 anos de inúmeros desafios, um deles a experiência de estar pela primeira vez nas competições europeias. Atualmente a minha vida passa pelo Barreiro (GDESSA), clube que me recebeu desde 2015 e que muitas alegrias me tem dado.

 

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 (O GDESSA venceu na época 2016/2017 a Taça de Portugal e consquistou o título de Campeão Nacional)

 

DA: Tiveste uma época bastante consistente e positiva o ano passado, alcançando vários destaques coletivos e individuais, entre eles o prémio de MVP portuguesa. Que valores pões em prática diariamente para alcançares os teus objetivos?

Eu sou uma pessoa muito competitiva, quem treina comigo nas férias e durante a época sabe e sente isso, é a maneira mais direta que eu tenho de me motivar.

Tenho a perfeita noção de que o meu insucesso acontecem quando o meu adversário direto é naquele momento/situação superior a mim, então eu só tenho que me motivar para tardar o erro, que é algo que vai acontecer, mas incomoda-me tanto que faço tudo para passar por essa situação o menos possível.

O que no fundo acontece é que a minha equipa beneficia com isso porque dou o meu contributo como todas tentamos dar, e individualmente é-me reconhecido esse esforço, o que me deixa duplamente satisfeita.

 

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 (Márcia recebe o prémio de MVP, Melhor Marcadora e Melhor Defensora Portuguesa da época 2016/2017)

 

DA: Com que mentalidade lidas com dificuldades?

Não sou uma pessoa negativa, mas as dificuldades aparecem todos os dias, um treino menos bom, um jogo em que as decisões não foram as melhores. Normalmente eu preciso de alguns minutos após o momento menos bom só para perceber o que realmente aconteceu e porque preciso daqueles segundos de fúria (risos), e umas horinhas depois já só tenho vontade de voltar a estar naquela situação, de voltar a treinar, de jogar… só para provar a mim mesma que está tudo bem e que foi só um momento negativo. E mesmo quando isso se prolonga um pouco mais do que eu estava à espera eu tento manter a mesma filosofia: 

 

"É só uma fase, continua a trabalhar vai tudo voltar ao normal”.

 

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DA: Para ti, quais são as características mais importantes que tem uma equipa exemplar?

Eu acho que existem duas coisas indispensáveis, TRABALHO/EMPENHO e ESPIRITO DE EQUIPA! Algumas pessoas confundem o espirito de equipa com “borga”, também faz parte mas não temos que ir beber café e jantar todos os dias, não temos que sair à noite, apenas tenho que sentir em campo que se eu tremer, alguém vai estar lá para me aguentar. Não é a palmadinha (fácil) nas costas, é simplesmente sentires que a mesma pessoa que é capaz de te “repreender” também te vai dar uma solução e o apoio que precisas para falhares e voltares a ter forças para arriscar. Para mim essa é a mais-valia do espírito de equipa.

 

 

O trabalho é tudo! O talento de alguns e o físico de outros ajudam, mas o trabalho árduo de uma equipa faz muito!

 

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DA: Se pudesses dar um conselho aos atletas que te admiram, qual seria?

Sinceramente, (risos) respeitem o timing  off-season, descanso necessário pós-época e depois treinem coisas mais especificas no verão. Trabalho, faz toda a diferença!

 

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(Márcia Costa faz parte do Elite Basketball, Programa de treinos de Verão que tem tido bastante sucesso e resultados com atletas da modalidade)

 

DA: A DreamAchieve é um projeto baseado em conhecimentos de Psicologia e Coaching no Desporto, que promove a importância da componente mental, tanto no desporto como também na vida quotidiana.

Para ti, qual a importância de falar destes temas como superação, limite, motivação, reação ao erro, foco e outro?

De extrema importância. Durante muitos anos estes aspetos vinham dissociados daquilo que as pessoas aceitavam como Desporto, sem perceberem que a base de uma boa performance não era apenas uma construção física mas também mental.

 

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Hoje penso que é indiscutível esta interdependência, a superação, a reação…, são competências treináveis, e se está comprovada a grande influência que pode ter no sucesso de um atleta, parece-me urgente e fundamental a sua valorização na prática. Trabalho esse que a DreamAchieve tem vindo a desenvolver com sucesso.

 

DA: O que gostarias de fazer quando deixares de jogar basquetebol?

Apesar de dedicar muito tempo ao basquetebol nunca deixei de construir o meu futuro profissional, e quando não der para jogar basquete haverá sempre a minha profissão personal trainer, instrutora de aulas de grupo e muitos projetos dentro da área das actividades físicas.

 

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EM UMA FRASE DIZ-NOS:

 

Pessoas mais influentes no teu percurso:

António Carlos e Ricardo Robalo

 

Lugar preferido no mundo:

A minha casinha

 

O que mudarias em ti:

O meu mau feitio, mas só de manhã (risos)

 

O que falta às pessoas:

O equilíbrio (loucura, respeito e personalidade)

 

Frase que te caracterize:

A frase que aprendi com o Coach Manaia

“Não faças o que te dá jeito, faz o que tem de ser feito”

 

 

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A primeira vez que fiz uma competição europeia com a seleção de seniores, ia como uma criança. Tudo era bom, tudo era espetacular, tudo era novo...

 

Depois das primeiras semanas de treino, sendo eu uma das mais novas, não me destacava muito nos treinos, então comecei a ficar insatisfeita. Queria treinar mais tempo, queria poder fazer ginásio, queria fazer mais, chegar antes, sair depois... Andava incomodada porque queria mais!

 

Não estar satisfeita com o que tinha, não queria dizer que não estivesse grata pelo que já tinha alcançado. Aliás, é a junção da gratidão pelo que já tinha alcançado (no caso era ter ido à seleção de seniores), com a insatisfação que surge por estabelecer um novo objetivo (querer agora destacar-me nessa seleção), é que mantinha o motor da evolução a funcionar.

 

Só que entretanto, do outro lado da equipa, havia uma colega minha que também andava insatisfeita. Mesmo mesmo insatisfeita! Ela não era como eu, que ficava calada... Ele falava todos os dias de manhã da sua insatisfação, em voz alta para todas ouvirmos.

 

Ela falava muito sobre como os descansos não eram suficientes, que a comida não era suficiente, que não tinhas tempo nenhum para ir a casa, e que achava que treinávamos demais.

 

Para mim era difícil entender... Como é que eu andava a querer mais, e ela a querer menos?

 

O ser humano tem isto, o de estar uma grande parte do tempo insatisfeito, o que não tem mal se eu souber dar direção a essa insatisfação.

 

Há pessoas que estão constantemente insatisfeitas e felizes, e outras insatisfeitas e infelizes.

 

A insatisfação pode ser uma excelente motivação para quem está disposto a agir de acordo com ela. Nós não conseguimos não querer nada, queremos sempre alguma coisa. E quando a alcançarmos, vamos querer outra maior. Vivemos assim, de degrau em degrau.

 

Mas quando juntamos insatisfação com falta de vontade de sair da zona de conforto, tornamo-nos negativos.

 

Lembro-me perfeitamente de naquela altura me deixar influenciar pelos comentários negativos da minha colega que andava insatisfeita porque queria fazer menos, e perdi a minha insatisfação por não estar a fazer mais.

 

Deixei-me ficar como estava e não fiz tanto quanto podia. Pior... Como dizia acima, o ser humano está, na maioria do tempo, insatisfeito com alguma coisa, se não é como una coisa é com outra. Só que quando perdes o foco da insatisfação positiva, vem uma negativa. Eu comecei a ficar insatisfeita com coisas que não me ajudavam em nada.

 

Não há problema nenhum em estares insatisfeito. Analisa é se essa insatisfação te pára ou te move. Se te impulsiona ou te trava. Se te chateia ou te motiva. Se te faz pior ou melhor.

 

Se a tua insatisfação está ligada ao achares que está tudo mal, que as coisas não deviam ser assim, que o governo, os clubes, as federações, o desporto, os treinos, o ensino, as pessoas, a cultura e a mentalidade está tudo mal... E por consequência achas que não tens que fazer nada até outros fazerem, secalhar é hora de mudares.

 

Se a tua insatisfação está ligada ao quereres sempre mais, ou saberes que podes todos os dias fazer melhor, ou teres consciência que tudo em ti pode melhorar... Aí sim! Guarda e agradece à tua insatisfação, porque é ela que te vai impulsionar a ser diferente dos outros.

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 A DreamAchieve teve o grande privilégio e oportunidade de entrevistar Ticha Penicheiro, a melhor atleta portuguesa de basquetebol de todos os tempos. Com carreira feita na WNBA e nas Ligas mais fortes da Europa, Ticha adquiriu um percurso e experiências únicas. Hoje, nos Estados Unidos, atua como agente desportiva com grande sucesso. 

 

DA: Ticha, por onde foi o teu percurso como atleta? 

Comecei a jogar com 6 anos, com o meu pai e irmão. Aos 8 ingressei no mini basket do Ginásio Figueirense, clube na Figueira da Foz. Com 16 anos fui para Rio Maior para jogar com a seleção de cadetes durante um ano e aos 17 fui para o União de Santarém. Aí joguei 2 anos e com 19 anos parti rumo aos Estados Unidos para jogar pela Universidade de Old Dominion.

 

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4 anos mais tarde, depois de acabar a universidade, fui escolhida pelas Sacramento Monarchs da WNBA.
Após 15 anos a jogar na WNBA e em vários países da Europa, retirei-me em 2012.

 

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DA: De que forma o desporto moldou o teu caráter? O que não serias sem ele? 

Com o desporto desenvolvi o espírito competitivo, lutador, guerreiro.. Também me ajudou na minha independência. Sempre tive um forte apoio familiar para jogar basket e com 16 anos saí de casa atrás dos meus “sonhos basquetebolisticos” ....e nunca mais voltei.

 

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O desporto ajudou-me a desenvolver o espírito de sacrifício e saber que nada nesta vida vem fácil.

 

Temos que trabalhar para conseguir objetivos, mas no fim vale a pena o esforço feito. O basket ajudou a desenvolver o meu carácter, mas mais importante foram os valores que os meus pais me deram.

 

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DA: Quais consideras serem as três características principais dos atletas que fazem a diferença? 

Espírito competitivo elevado, vontade de trabalhar máxima e ser bom companheiro de equipa.

 

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(Ticha a receber o prémio pela sua assistência número 1000 na WNBA. Depois disso continuou a bater recordes em assistências.)

 

DA: O que mais admiras num treinador? 

Que se prepare no dia-a-dia para ajudar os seus atletas: física, táctica e mentalmente.
Que trate todos os jogadores da mesma maneira e que saiba distinguir como rentabilizar ao máximo o talento de cada jogador.

 

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DA: Como agente desportiva, que experiência consegues passar às atletas com quem trabalhas?

Para mim é fácil dar conselhos às minhas jogadoras, porque eu já estive no lugar delas e já passei pelo que estão a passar. Sejam as dificuldades que sejam, eu consigo relacionar e dar conselhos positivos para que ultrapassem a situação, baseados na minha experiência.

 

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DA: Sabendo o que sabes hoje, o que dirias à Ticha que estava apenas a começar o seu percurso? 

Pois olhando para trás, não tenho arrependimentos nenhuns. Penso que o conselho que daria, seria para dar exatamente os mesmos passos!! :)

 

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DA: O que acrescentarias ao basquetebol português?

Penso que o basquetebol português está no bom caminho. Os resultados dos últimos anos são indicação de isso mesmo. Mas se posso dar um conselho, dou à juventude: que se gostam mesmo de basquetebol, para continuarem a dar o máximo. Penso que nos dias de hoje há muitas distrações e a “miudagem” não leva o basket tão a sério como deveria...

 

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DA: A DreamAchieve é um projeto baseado em conhecimentos de Psicologia e Coaching no Desporto, que promove a importância da componente mental, tanto no desporto como também na vida quotidiana. 

Para ti, qual a importância de falar destes temas como superação, limite, motivação, reação ao erro, foco e outro?

Penso que é importante haver alguém que trabalhe com os jogadores no aspecto mental/psicológico.

 

Acho que o desporto não é só físico, mas é MUITO mental e por vezes muitos jogadores podem tirar proveito de alguém que ajude a trabalhar esse aspecto da mente, que muitas vezes não se treina no dia-a-dia.


Como lidar com os blocos que a mente provoca e que inibe um atleta de alcançar a máxima performance, como por exemplo a falta de confiança nele/nela própria. Falar com alguém que te ajude a superar essa barreira é super importante para alcançar objetivos máximos, porque muitas vezes penso que é difícil os atletas conseguirem fazê-lo sozinhos.

 

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EM UMA FRASE DIZ-NOS:

 

Pessoas que mais influenciaram o teu percurso positivamente: A minha família sem dúvida! O meu pai e irmão foram a razão pela que comecei, e sem o apoio incondicional deles nunca teria arriscado partir para os EUA. 

 

Lugar preferido no mundo: Figueira da Foz (e Miami)

 

Se não tivesses sido atleta o que terias sido: Veterinária

 

O que mudarias em ti: Gosto de mim como sou!! :)

 

Frase que te caracterize: A vida são 2 dias...aproveita cada dia ao máximo. (Carpe Diem)

 

 

Clica aqui para veres alguns dos melhores momentos da Ticha. Será que vai surgir alguém que passe a bola como ela?

 

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03 Out, 2017

HÁ QUEM...

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Há quem tenha o hábito de amuar com tudo, e há quem tenha o hábito de sorrir apesar de tudo.
Há quem tenha o hábito de se sentir mal com tudo, e há quem tenha o hábito de estar bem apesar de tudo. 

Há quem reclame de tudo, e há quem seja grato por tudo. 
Há quem queira desistir de tudo, e há quem queira fazer tudo. 
Há quem diga que é demais, há quem diga que nunca é demais. 
Há quem pergunte a que horas acaba, há quem não queira acabar. 
Há quem peça para fazer menos, há quem sinta que não faz o suficiente. 
Há quem encontre o mal em tudo, há quem encontre o bem em tudo. 

Quem é quem? Quem és tu? Quem queres ser apesar de tudo? 

02 Out, 2017

HISTÓRIA DE VIDA

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Apesar de só ter começado a jogar federada no CIBA aos 12 anos, foi aos 6 que me compraram a bola de basquete. Levava-a num saco de plástico para a escola todos os dias.

 

O meu pai trabalhava em Angola, e a minha mãe, além de cuidar de mim e da minha irmã sozinha, trabalhava até tarde, então só nos ia buscar perto das 19:00.

 

Foi nessas 2 ou 3 horas livres, depois de sair das aulas, que comecei a treinar todos os dias. Não eram treinos estruturados, eram livres.

 

Era a ver se conseguia afundar, era a tentar lançar de meio-campo, era a ver quantas vezes conseguia passar a bola debaixo das pernas, era a contar quantos lançamentos marcava seguidos.

 

Eram brincadeiras sérias que eu fazia incansavelmente durante horas seguidas, e que acabaram por ser a base da construção da minha história como atleta.

 

Kelly Slater, o melhor surfista de todos os tempos, quando era pequeno vivia perto do mar. Os seus pais discutiam muito, e ele desenvolveu aversão ao barulho. Para escapar à situação, ele fugia para a praia. Começou a fazer surf pois adorava o silêncio que conquistava debaixo de água.

 

Acredito que podemos sempre ver as nossas histórias de forma diferente. Não sei se é a nossa história que nos faz, ou se somos nós que fazemos a nossa história. Ou talvez, nós façamos uma à outra...

 

As nossas histórias vão nos construindo, e com elas vamos construindo a nossa história, se soubermos aproveitar as oportunidades.

 

As discussões do pai do Slater podiam ter sido motivo de trauma, mas foram motivo para se tornar o melhor do mundo no seu desporto.

 

Os trabalhos dos meus pais podiam ter-me feito sentir sozinha, mas se não fosse isso, mesmo não tendo sido a melhor, nunca teria sido nem metade do que fui como jogadora, nem como pessoa.

 

Até deixar de jogar basquete, tinha o hábito de treinar sozinha horas extra. De manhã antes das aulas, chegar antes do treino, ficar para depois... Nunca me tinha apercebido do porquê dessa necessidade, mas foi porque desde pequena fiz e gostei dessa parte "criativa" do treino. De poder fazer o que queria, e desafiar-me a fazer mais.

 

Hoje faço isso na minha vida. Faço no meu trabalho, faço nos meu projetos... Estou a fazê-lo agora, enquanto escrevo este artigo.

 

Às vezes o que parece ser um impedimento, uma barreira ou uma história triste, pode ser exatamente o que precisaste ou precisas neste momento para fazer a diferença.

 

Todas as histórias são diferentes, e é por isso que somos todos tão característicos. Devíamos aproveitar isso, porque se fossemos todos iguais, qualquer um servia para qualquer função. Ninguém faria a diferença. Ninguém seria extraordinário em nada.

 

Aceita a tua história como parte da tua conquista. Deixa a tua história presente construir-te, e constrói a tua história futura através dela.