Vivemos num momento de edição. Corta-se, junta-se, e no final só fica o que foi bom para se mostrar na televisão. Os atletas vêm os Highlights da semana, os top 5 do jogo, os top 10 da semana, o resumo do jogo, os golos e momentos, e mesmo sabendo que não foi só aquilo que se passou, parece que se formatam para pensar que é só aquilo que deve acontecer. Falava esta semana com um agente desportivo que me dizia: "Precisamos muito da sua ajuda, os atletas hoje não sabem reagir ao (...)
Não gosto muito de imprevistos. Preparar-me para uma coisa e acontecer outra, é algo que me afeta, mas ao longo do tempo tenho criado estratégias para me adaptar rapidamente. Aprendo refletindo sobre o assunto, mas principalmente quando sou posta à prova num imprevisto que surja. A maior prova foi a minha viagem aos Estados Unidos. Não devo ter sido a primeiro pessoa a passar por algo semelhante, mas até à data não conheço ninguém que tenha passado por algo assim. Es (...)
Estava a dar uma formação há pouco tempo, e fiz uma pergunta aos participantes: “Quem aqui quando vai para o ginásio, vai quase a arrastar-se, mas passado uns minutos de exercício a vontade começa a crescer, e no fim até vos soube bem ir?” Estava esperançosa com as respostas. Queria falar sobre a importância da fisiologia, e da importância de não darmos ouvidos à força de vontade, que nem sempre vem, mas sim aos nossos objetivos. Resposta 1: “Eu não vou (...)
É a pressão do jogo que me apaixona. Aquela sensação de que já não há mais tempo, de que só tens aquela oportunidade. É aquele momento decisivo que traz o melhor de mim. Que me faz assumir o potencial que tenho e dizer: “É agora!” Dou o passo em frente, elevo-me, faço coisas que numa situação normal não faria. Há quem diga que o desporto só melhora o físico, que é só para os músculos... Não é! É para a mente! É para a vida! É para que tenhamos a (...)
Há uns dias atrás estive presente num evento da Prozis (Prozis Meet Up 2018) para falar sobre Motivação, um tema que a mim especialmente me dá algum receio falar... As pessoas procuram fórmulas mágicas para estarem motivadas e depois de perceberem que não é bem assim, desiludem-se um pouco com aquilo que tenho a dizer sobre Motivação. Antes de mais estive imenso tempo para decidir o que ia dizer... Como ia inspirar pessoas em apenas 15 minutos a falar de um tema tão (...)
Estávamos em preparação para o europeu de sub-20, já numa fase de fazer alguns jogos-treino internacionais. Os árbitros conheciam-me por reclamar e ser muito reativa às decisões deles que eu não concordava... Era a minha forma de libertar alguma tensão também. Neste jogo foi diferente. Eu era capitã de equipa, mas não foi por isso... Havia outro motivo. Acaba o jogo, e um árbitro, bastante conhecido no basquete até hoje, aproximou-se disse: "Ouve lá!" - com um (...)
Uma expressão muito usada por treinadores, ou por alguém que é responsável por ensinar ou educar alguém é: “Estou farto de dizer a mesma coisa.” Ou “Quantas vezes já te disse?...” Simone Biles, ginasta americana que ganhou várias medalhas nos últimos Jogos Olímpicos, disse: “A confiança vem com o treino.” Até digo mais, e o óbvio, não só a confiança, como a habilidade automática. De se treinar, treinar e treinar, há movimentos que se tornam (...)
No outro dia passei este vídeo numa formação, para demonstrar aos participantes, que eram todos treinadores, o que era ir até ao limite. O que é necessário para que alguém, no seu perfeito juízo, se esforce de tal forma ao ponto de desmaiar, cair, ficar sem forças? O que é necessário para que alguém chegue ao seu limite? E o que é realmente o limite? Aquele rapaz que desmaiou a correr na passadeira, hoje é Personal Trainer... Qual o elemento secreto que fez (...)
Ia a caminho de um jogo onde sabia que podia mostrar o meu valor. Estava “cheia de pica”, estava a caminhar para o pavilhão aos saltinhos, a ouvir as músicas que mais me ativavam na época. Imaginei tudo na minha cabeça. Ia ser difícil parar-me hoje, ia estar mais ativa, sem paragens no ataque, atenta para antecipar todos os movimentos do adversário. Sabia o Scouting de cabeça e estava mesmo com vontade de defender a americana da equipa adversária. Imaginei o pavilhão a (...)
“No início do ano, quando vim para cá, sabia que tinha tomado uma boa decisão, porque estava a evoluir... Mas agora há umas semanas, talvez um mês e meio, parei, estanquei... Não sei se foi bom ter vindo para cá afinal.” Atleta com clara desmotivação, triste e com a prestação abaixo do normal. A apatia era tal que eu já não conseguia distinguir se era o mau desempenho que gerava a tristeza, ou se era a tristeza que fazia com que treinasse e jogasse mal. Acha (...)