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Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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02 Out, 2017

HISTÓRIA DE VIDA

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Apesar de só ter começado a jogar federada no CIBA aos 12 anos, foi aos 6 que me compraram a bola de basquete. Levava-a num saco de plástico para a escola todos os dias.

 

O meu pai trabalhava em Angola, e a minha mãe, além de cuidar de mim e da minha irmã sozinha, trabalhava até tarde, então só nos ia buscar perto das 19:00.

 

Foi nessas 2 ou 3 horas livres, depois de sair das aulas, que comecei a treinar todos os dias. Não eram treinos estruturados, eram livres.

 

Era a ver se conseguia afundar, era a tentar lançar de meio-campo, era a ver quantas vezes conseguia passar a bola debaixo das pernas, era a contar quantos lançamentos marcava seguidos.

 

Eram brincadeiras sérias que eu fazia incansavelmente durante horas seguidas, e que acabaram por ser a base da construção da minha história como atleta.

 

Kelly Slater, o melhor surfista de todos os tempos, quando era pequeno vivia perto do mar. Os seus pais discutiam muito, e ele desenvolveu aversão ao barulho. Para escapar à situação, ele fugia para a praia. Começou a fazer surf pois adorava o silêncio que conquistava debaixo de água.

 

Acredito que podemos sempre ver as nossas histórias de forma diferente. Não sei se é a nossa história que nos faz, ou se somos nós que fazemos a nossa história. Ou talvez, nós façamos uma à outra...

 

As nossas histórias vão nos construindo, e com elas vamos construindo a nossa história, se soubermos aproveitar as oportunidades.

 

As discussões do pai do Slater podiam ter sido motivo de trauma, mas foram motivo para se tornar o melhor do mundo no seu desporto.

 

Os trabalhos dos meus pais podiam ter-me feito sentir sozinha, mas se não fosse isso, mesmo não tendo sido a melhor, nunca teria sido nem metade do que fui como jogadora, nem como pessoa.

 

Até deixar de jogar basquete, tinha o hábito de treinar sozinha horas extra. De manhã antes das aulas, chegar antes do treino, ficar para depois... Nunca me tinha apercebido do porquê dessa necessidade, mas foi porque desde pequena fiz e gostei dessa parte "criativa" do treino. De poder fazer o que queria, e desafiar-me a fazer mais.

 

Hoje faço isso na minha vida. Faço no meu trabalho, faço nos meu projetos... Estou a fazê-lo agora, enquanto escrevo este artigo.

 

Às vezes o que parece ser um impedimento, uma barreira ou uma história triste, pode ser exatamente o que precisaste ou precisas neste momento para fazer a diferença.

 

Todas as histórias são diferentes, e é por isso que somos todos tão característicos. Devíamos aproveitar isso, porque se fossemos todos iguais, qualquer um servia para qualquer função. Ninguém faria a diferença. Ninguém seria extraordinário em nada.

 

Aceita a tua história como parte da tua conquista. Deixa a tua história presente construir-te, e constrói a tua história futura através dela.

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