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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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11 Jun, 2017

LUTA MENTAL

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 Houve momentos na minha vida de atleta em que parecia que não dava mais. Viver na alta competição, e principalmente estágios da seleção nacional, é necessário realmente querermos estar lá. 

 

Quando estagiava 6, 7 às vezes 8 dias seguidos ou mais, e ia dois dias a casa e voltava para mais uma semana de estágio, não era uma questão de se estava cansada, mas sim do quanto estava cansada. Uns dias mais outros dias menos, mas a minha entrega tinha que ser a mesma, o meu nível de querer estar ali tinha que ser cada vez maior. 

 

Nesta foto, a chegar ao treino da tarde, o segundo nesse dia, eu estava completamente derretida. Há memórias que se apagam, a memória deste dia não foi uma delas. 

Estágio de sub-20 em pleno Verão, viagens de ida e volta para a Madeira entre os estágios para ir fazer exames da faculdade... Dores de cabeça, olhos a querer fechar, pernas pesadas, dores nas articulações... A sesta não parecia ter durado mais de 15 minutos, e acordaram-me de repente, que é uma das coisas que mais me deixa rabugenta. 

 

Mas era hora de treinar. E se há coisa que tem que ser maior que todo o cansaço, é a consciência do quão era importante para mim estar ali. 

 

Descobri cedo que falar sobre o cansaço e a quantidade de treinos, só me trazia desvantagens. Falar sobre o sono, as dores e tudo que me afetava fisicamente, incluindo as lesões, acrescentava também uma dose de peso que me afetava mentalmente. E uma coisa é a luta física, outra totalmente diferente é a luta mental. Essa não precisa de ser travada se eu entender que quero estar onde estou.  

 

Se um dos meus objetivos ou sonhos é estar onde estou, e se sou consciente do preço que tenho que pagar para chegar lá, a mim não me interessa falar daquilo que é difícil, interessa-me falar daquilo que eu quero, posso e tenho de fazer. 

 

A verdade é que naquele dia, e em todos os que senti que não dava mais, assim que calcei as ténis, peguei na bola, comecei a mexer-me, o meu corpo começou a ficar quente, e o suor começou a escorrer, era "Game Time"! Essa luta era física, e dentro das possibilidades, era sempre vencida. 

 

Mas os dias em que a luta se tornava mental, quando fazia perguntas sem fundamento, e tinha conversas internas sem nexo, do género "Quem me dera que não houvesse treino hoje", sabendo que isso era impossível, o cansaço só se agravava, a vontade diminuía para metade, a motivação voava pela janela, e a performance saía pela porta de emergência. 

 

Queres ser atleta à séria? Queres destacar-te no que fazes? Ninguém disse que era fácil. Esforço físico sempre vai haver! Conflito mental, só se quiseres!... 

 

Fica só consciente de que as queixas, reclamações, palavras negativas não vão mudar nada... Espera, vão sim! Vão cansar-te ainda mais! 

 

E no fundo este dilema interno nem sequer têm sentido. A Alta Performance destaca-se por isso mesmo. Dá-se mais, faz-se mais, então cansa mais. Mas não tem que ser um martírio. Para mim pelo menos, sempre foi motivo de orgulho dizer às pessoas quantas horas treinava por semana. 

 

Já que é esse o caminho, e não há atalhos para o sucesso, tens duas hipóteses: Podes divertir-te com isso, ou então continuar a rabujar a cada passo, tornando ainda mais difícil o teu caminho. 

 

Your choice! 

 

 

 

 

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