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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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No primeiro Campeonato da Europa de Sub-18 que participei, ainda só tinha 15 anos. Tinha idade de Sub-16...

 

Eu sabia desde o início que não ia jogar muito tempo, e que só de estar ali já era um privilégio, mas no fundo tinha esperança de que contassem comigo para ajudar a equipa a ganhar.

 

Nesses momentos, ainda que sem esperanças, criamos expectativas até um pouco irreais na nossa mente. Fantasiamos sobre salvar um jogo, marcar 10 triplos, fazer crossovers espetaculares... Pensamos em tudo! Menos naquilo que importa, que é fazer o que nos foi pedido!

 

Chegou a hora do primeiro jogo, contra a Alemanha. As mulheres eram gigantes, deviam ter uma média de mais 20 centímetros de altura relativamente a nós.

 

O Professor Carruna e a Prof. Gilda insistiam muito no bloqueio defensivo. Se assim não fosse, iríamos ser esmagadas nos ressaltos.

 

Entrei no jogo com o nível de confiança do costume, estava tranquila e fiz o que esperavam de mim. Sem inventar, seguindo as indicações dos treinadores e do base...

 

Até que aconteceu um momento em câmera lenta... Estamos a defender, há um lançamento, e a jogadora que eu estava a defender era tão grande que eu senti que apenas encostar-me a ela não ia chegar... Ela facilmente ganhava-me o ressalto por cima da minha cabeça. Então, empurrei-a com o corpo para fora de campo e ganhei o ressalto! Sofremos falta e o jogo pára...

 

O Professor Carruna chamou-me ao pé do banco e disse: "Tavares! Ganda bloqueio defensivo!" Estendeu a mão para dar-me um Hi5, e deu com tanta força que fiquei com o braço todo marcado de vermelhão com a mão dele! Mas sabem uma coisa? Não doeu... Fiquei toda arrepiada com aquela reação! Fiquei feliz e senti uma adrenalina enorme!

 

Percebi a importância de fazer o meu trabalho, sem inventar, sem querer ser sempre a heroína. Isso acontece muitas vezes com atletas da seleção. Nos clubes são muito bons (por isso são chamados), e depois querem ter o mesmo papel na seleção. Isso não acontece. O que acontece é que cada atleta deve saber o seu papel, com o objetivo de criar uma equipa.

 

Se fizer a minha parte já é muito bom! Se conseguir fazer mais de uma forma natural, ainda melhor! Mas querer sobressair num jogo em equipa, para depois estragar todo o trabalho coletivo, de que adianta?

 

Já agora. Eu só percebi tudo isto, porque tive um treinador que soube elogiar estes pequenos detalhes. Passei o jogo todo a afastar aquela jogadora da tabela, porque houve alguém que valorizou isso. Joguei 25 minutos, não ganhei quase ressalto nenhum, mas a grandalhona também não!

 

O que faz mesmo a diferença não é chegares e quereres mostrar que és melhor, é mostrar que estás disposto a dar tudo pela equipa.

 

Se estiveres disposto a aceitar qualquer que seja o papel que te é dado, e a cumprir esse papel com tudo o que tens dentro de ti, acredito que para qualquer equipa será uma honra poder contar contigo.

 

 

 

 

 

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