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|| DreamAchieve || Sports & Performance

Psicologia do Desporto e Performance || Coaching Desportivo e Empresarial || Formação

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No primeiro ano que cheguei ao CAB (Madeira), no início da época, senti igualmente a sensação de sonho, como a sensação de estar um pouco perdida. 

 

Ainda era junior, e tinha acabado de ser contratada para a equipa que tinha ganho o campeonato da Liga Senior Feminina. Sim é otimo, mas foi difícil adaptar-me àquele ritmo!

 

Dois treinos por dia, além de ginásio, primeiro ano de faculdade, e primeiro ano fora de casa... Estava tão em baixo de forma nos primeiros meses, depois dos treinos matinais, ficava a correr sozinha no pavilhão, por decisão dos treinadores... 

 

Mas mais "assustador" que tudo isto, era o último exercício dos treinos da manhã. Tínhamos que fazer 25 lances-livres seguidos, e marcar pelo menos 23... Isto duas vezes. 

 

Não é a coisa mais difícil do mundo, mas quando chegava aos 20 eu começava a ficar nervosa... Começava a pensar em tudo menos no movimento que tinha que fazer para marcar. Pensava que já tinha falhado antes, pensava que tinha sempre duas colegas comigo, que não podiam ir embora até que eu terminasse, pensava que era uma vergonha, pensava se valia a pena estar ali, pensava se estavam arrependidos de me terem contratado... Pensava isto tudo antes de sequer falhar, e depois, obviamente falhava... 

 

Com o tempo, aprendi a treinar o meu pensamento. Focava-me apenas no meu corpo, na bola e no cesto. Passou a ser rotina, sem medo... 

 

Normalmente era a Carla Nascimento, a Fatima Silva ou a Sara Filipe que ficavam a aturar os meus falhanços... (gosto imenso das três, e tenho histórias com elas que uma dia irei contar). Precisava normalmente de 3, 4, às vezes 5 tentativas... Eu ficava a imaginar o que elas pensavam de mim, mas não demorei muito para entender uma coisa. 

 

Aquela equipa não tinha sido campeã só porque treinavam mais, ou porque podiam contratar esta e a outra... Aquela equipa tinha um espírito que eu ainda não tinha vivido. Havia apoio, incentivo, amizade... 

 

Aprendi que para ser melhor, não era só eu que tinha que melhorar, todas tínhamos que melhorar! Isso é trabalho em equipa.

 

Esse pensamento de "vou fazer a minha parte", não funciona em equipas. Eu tenho que fazer a minha parte, e dar tudo para que o outro também aprenda a fazer a sua. 

 

Os melhores não são só os que são mais atléticos, ou os que têm mais técnica, ou os treinadores com melhor estratégia... Os melhores são os que são capazes de fazer melhores aqueles que os rodeiam. E eu não teria evoluido, crescido e amadurecido se não fosse pelas minhas colegas...  

 

No final do ano tivémos um jantar e todas tiveram que fazer um pequeno discurso sobre a época. Não me lembro de tudo o que disse, mas a última frase foi: "Vir para esta equipa foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida." Disse isto, não apenas em termos desportivos, mas parecia que estava em casa. 

 

Se és o "melhor" da tua equipa, mas não tens este efeito nos teus colegas, vais ser esquecido facilmente. Porque a verdadeira história não é feita nas estatísticas, é feita na vida das pessoas. 

 

 

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